O comando nacional do PDT ameaça expulsar do partido um grupo de deputados - entre eles, a paulista Tabata Amaral, que votou a favor da reforma da Previdência na noite desta quarta-feira (10).
O presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, argumenta que o partido fechou questão, em convenção realizada em março, contra as mudanças no sistema previdenciário propostas pelo governo Jair Bolsonaro (PSL). Dessa forma, ele afirma que quem descumprir a orientação partidária responderá a um processo disciplinar.
"Até uma semana atrás, a Tabata tinha posição igual à do partido. De uma semana para cá, a gente ainda não sabe os motivos, ela mudou de posição, e ontem (terça-feira) ela esteve aqui com outros deputados e me comunicou isso", disse Lupi nesta quarta-feira. A penalidade do processo disciplinar - segundo Lupi - varia de advertência a desligamento do partido.
Questionado, o dirigente partidário não quis antecipar qual a punição que poderia ser aplicada para os parlamentares que não acataram a decisão da convenção, mas disse tratar-se de um caso "grave".
Apesar das declarações de Lupi, Tabata Amaral já deu declarações públicas que indicam apoio à proposta, embora também tenha feito críticas a itens que constavam no texto original, como as mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria rural.
Nesta terça-feira, em outra demonstração de apoio à proposta, Tabata foi um dos três congressistas do PDT que votaram contra uma manobra regimental para adiar a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A assessoria da deputada disse que ela não comentaria as declarações de Lupi e que tampouco adiantaria seu voto.
O dirigente partidário disse que o partido considerará desrespeito à decisão da convenção o deputado que apoiar no plenário a votação sobre o mérito da reforma da Previdência, e não as deliberações de manobras regimentais - como as que ocorreram na terça-feira.