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Política

- Publicada em 05 de Abril de 2019 às 03:00

Defesa de 1964 irrita militares, que pedem saída do titular da Educação

Em uma ironia, a defesa feita por um ministro da Educação de que os livros escolares precisam ensinar que 1964 não registrou um golpe irritou a cúpula militar e pode ser a gota dágua no seu processo de fritura.
Em uma ironia, a defesa feita por um ministro da Educação de que os livros escolares precisam ensinar que 1964 não registrou um golpe irritou a cúpula militar e pode ser a gota dágua no seu processo de fritura.
Integrantes da ativa e do núcleo militar do governo Jair Bolsonaro (PSL) creem que a afirmação feita na quarta-feira pelo ministro Ricardo Vélez Rodriguez sobre a narrativa histórica do golpe é apenas uma tentativa dele para manter-se no cargo, diz reportagem veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Isso porque os fardados, em sua maioria, compartilham a ideia de que o golpe militar que completou 55 anos no domingo passado foi um movimento decorrente de uma mobilização de parcela expressiva da população contra o que chamam de risco de tomada comunista do poder. A derrubada do governo de João Goulart e os subsequentes 21 anos de ditadura teriam de ser inseridos nessa visão, segundo essa interpretação.
É também consenso entre oficiais generais das três Forças, de forma mais preponderante no Exército, de que os livros de história contam a narrativa dos derrotados de 1964, que passaram a ser vitoriosos na Nova República pós-1985. Assim, em outras circunstâncias, Vélez teria tocado música para essa plateia.
O problema é que o ministro está fazendo hora extra, como definiu um dos integrantes da cúpula militar. E se os fardados concordam com a essência, também estão de acordo com a ideia de que trazer o assunto à tona em plena semana seguinte ao 31 de março é um desgaste desnecessário.
Ao longo da semana passada, Bolsonaro já havia ele mesmo causado polêmica ao pedir "comemorações devidas" do aniversário do golpe.
O Ministério da Defesa elaborou então uma cuidadosa ordem do dia, na qual não reconhecia o regime como ditadura e elogiava os militares da época, mas que colocava o tema em perspectiva histórica e celebrava a "volta da democracia" em processo após a anistia de 1979. Para um integrante do Alto Comando do Exército, instância militar máxima do País, o texto era um recado para deixar o tema 1964 em banho-maria.
Deu certo e até Bolsonaro baixou o tom, falando em "rememorar" 1964. Só que no domingo o Planalto divulgou um vídeo apócrifo de defesa da ditadura, o que deixou agastados os generais que haviam trabalhado para contornar a espinhosa situação. O evento foi chamado de "inacreditável" por esse mesmo alto oficial, mas o tom geral foi de deixar o tema de lado.
 
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