O Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) decidiu entrar em greve para pressionar pela rejeição do projeto de reforma na carreira e no estatuto dos servidores públicos municipais da Capital, proposto pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB).
A greve está prevista para iniciar em 26 de março, aniversário de 247 anos da cidade e um dia antes da possível apreciação do projeto. A vontade do governo é votar a proposta na quarta-feira, dia 27.
O dia do início da greve, contudo, pode ser alterado. "Nós vamos acompanhar o calendário da Câmara Municipal", explicou o diretor-geral do Simpa, Alberto Terres. Caso a apreciação do projeto seja adiada, o início da greve também será.
A votação da matéria depende da audiência pública, marcada para amanhã, às 19h, no plenário da Câmara. Ontem, contudo, as centrais sindicais e vereadores de oposição se reuniram com a presidência do Legislativo para, mais uma vez, solicitar a mudança do local da audiência.
Os municipários desejam que o debate se realize em um local maior. As galerias da Câmara comportam 230 pessoas, e assim "ela deixa de ser uma audiência pública para ser uma audiência restrita a 200 servidores", argumentou Terres. Mesmo que ausente na reunião, o Simpa já oficializou, junto ao Legislativo, dois pedidos para a alteração de local, além de ingressar com uma ação na Justiça pelo mesmo motivo.
A presidente da Casa, vereadora Mônica Leal (PP), explicou que "uma audiência pública fora da Câmara requer uma série de questões, como aluguel de ambulâncias e segurança, e nós temos poucos dias". Mesmo assim, ela levará a solicitação para ser avaliada pelos integrantes da Mesa Diretora, que se reunirá hoje, às 10h, no Legislativo da Capital.
Para Roberto Robaina (PSOL), líder de oposição na Câmara, "foi uma reunião muito produtiva, pois as centrais sindicais deram uma argumentação muito sólida e a presidente Mônica ouviu com atenção".