Depois que o deputado estadual Dirceu Franciscon (PTB) abriu mão do cargo de secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, o governador Eduardo Leite (PSDB) disse que deve escolher um novo nome para a pasta até o final de semana. A pasta deve continuar sob o guarda-chuva do PTB, embora, conforme afirmou Leite, a escolha não seja exclusividade do partido.
"Temos uma agenda para o Estado que precisa ter apoio na Assembleia Legislativa. Por isso, contemplar a base de apoio é uma das premissas para a definição do nome. Naturalmente, isso envolve o PTB, partido que estava ocupando a pasta, o que não quer dizer que a definição seja exclusividade do PTB", observou o governador nesta quinta-feira (7), depois de empossar a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP) na Secretaria Extraordinária de relações Federativas e Internacionais.
Ele também disse que a secretaria de Desenvolvimento Econômico "não necessariamente (vai ser ocupada por um deputado estadual petebista)" e que a definição sai "até o fim de semana, para que possamos ter um secretário já na segunda-feira".
"Não existe secretaria de um partido.Todas as indicações são feitas pelo governador, em articulação com os partidos. Vamos ver os nomes que o PTB tem para oferecer identificando a possibilidade de ser um nome seu, pode ser deputado, pode não ser, pode ser alguém que tenha o respaldo do PTB e não seja necessariamente filiado ao partido", complementou Leite.
Dirceu Franciscon assumiu o cargo em janeiro e se licenciou no fim daquele mês para assumir a cadeira na Assembleia Legislativa. Depois disso, não retornou à secretaria. O parlamentar alega insatisfação com a situação da pasta, que, com a reforma administrativa aprovada no início do ano, perdeu a vinculação da governadoria, o que interferiu nas gratificações pagas a servidores efetivos e comissionados. Conforme Franciscon, a perda vai de 30% a 75% na complementação dos salários.
O governador reconheceu que a reforma administrativa retirou gratificações na pasta, o que significou perda de remuneração dentro da secretaria: "Ele (Franciscon) aponta uma vulnerabilidade do governo do estado: remunerações muito baixas para atrair talentos. Estamos trabalhando em um projeto, que busque reestruturar essas funções. Não só para ter remunerações adequadas, mas também transparência".