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Operação Lava Jato

- Publicada em 27 de Fevereiro de 2019 às 01:00

MPF quer intimar Paulo Preto e Aloysio Nunes

Força-tarefa suspeita que Aloysio e outros políticos usaram cartões

Força-tarefa suspeita que Aloysio e outros políticos usaram cartões


MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL/JC
O Ministério Público Federal (MPF) requereu ontem à juíza Gabriela Hardt, da Operação Lava Jato, que intime o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, sua ex-mulher Ruth e o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB) para que prestem esclarecimentos sobre 11 cartões de crédito emitidos a partir de contas de uma offshore na Suíça. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que outros políticos, além de Aloysio, possam ter usado os cartões de crédito.
O Ministério Público Federal (MPF) requereu ontem à juíza Gabriela Hardt, da Operação Lava Jato, que intime o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, sua ex-mulher Ruth e o ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira Filho (PSDB) para que prestem esclarecimentos sobre 11 cartões de crédito emitidos a partir de contas de uma offshore na Suíça. A força-tarefa da Lava Jato suspeita que outros políticos, além de Aloysio, possam ter usado os cartões de crédito.
Vieira de Souza foi preso no dia 19 de fevereiro, na Operação Ad Infinitum - fase 60 da Lava Jato -, por suspeita de lavagem de dinheiro. Aloysio foi alvo de busca e apreensão porque foi beneficiário de um cartão de crédito ligado à conta suíça. O cartão teria sido entregue ao ex-ministro no Hotel Majestic, em Barcelona, em 2007, com um saldo de US$ 275 mil. 
A Procuradoria da República afirma que o operador do PSDB manteve R$ 131 milhões em quatro contas no banco Bordier & CIE, de Genebra, em nome da offshore panamenha Groupe Nantes S.A., da qual ele é beneficiário econômico e controlador. As contas foram abertas em 2007 e mantidas até 2017. 
A Lava Jato identificou "a existência, ainda, de diversos outros registros de solicitação da emissão de diversos outros cartões de crédito e de viagem, e respectivas recargas, todos os quais vinculados à conta" mantida por Paulo Vieira de Souza no exterior.
"O investigado pode ter repetido a sistemática de emitir cartões de crédito em favor de terceiros, mesmo que tenham sido solicitados em seu nome, a fim de que estes também pudessem usufruir de parte do montante total de dinheiro sujo, que supera mais de uma centena de milhão de dólares, que aportou nas suas contas na Suíça a partir do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e de offshores controladas por outras empreiteiras investigadas no âmbito da Operação Lava Jato", apontou a força-tarefa.
Os procuradores destacaram, na manifestação a Gabriela, uma comunicação de 5 de julho de 2016, encaminhada por uma funcionária do Banco Bordier. Na mensagem, há uma solicitação de crédito em dois cartões vinculados à conta mantida em nome do Grupo Nantes. Os cartões, segundo a investigação, foram entregues na casa de Paulo Vieira de Souza em São Paulo.
Os procuradores identificaram, ainda, registros do uso de cartões de crédito em 2011 e 2012. A Lava Jato detectou sete recargas, datadas de 21 de junho de 2011, 11 e 12 de dezembro de 2012, a cinco diferentes cartões de crédito emitidos em nome de Paulo Vieira de Souza e de sua ex-esposa Ruth Arana de Souza, totalizando CHF 175.000,00 (R$ 650 mil atualmente).
 

PF convoca Lula a depor sobre delação de Palocci

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi intimado a depor no dia 22 de março em inquérito da Polícia Federal (PF) embasado nas delações premiadas do ex-ministro Antonio Palocci Filho e da empreiteira Odebrecht. Em delação, o homem forte de governos petistas afirmou ter feito entregas de dinheiro vivo ao ex-presidente.

Em depoimento prestado no ano passado, Palocci afirmou ter repassado R$ 30 mil, R$ 40 mil,
R$ 50 mil e R$ 80 mil em espécie para o próprio Lula. Palocci também disse que Lula tinha uma conta de propinas com a Odebrecht de R$ 300 milhões.

Segundo a defesa de Lula, há afronta ao seu direito "de ter acesso a toda prova já documentada. E, no caso, tivemos negado o direito de acesso ao acordo de leniência da Odebrecht. Tal acesso é fundamental para sabermos a cadeia de custódia dos discos dos sistemas de informática da Odebrecht e também para verificarmos se a Odebrecht pagou os valores que o MPF quer impor a Lula".

Tribunal inocenta Haddad de acusações de corrupção

Os desembargadores da 12ª Câmara do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo trancaram ontem uma ação penal contra o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) por corrupção e lavagem de dinheiro. Por dois votos a um, os magistrados acolheram habeas corpus da defesa do petista.
A denúncia do Ministério Público (MP) do Estado apontou que o empreiteiro Ricardo Pessoa, delator da Operação Lava Jato, pagou, com valores de caixa-2, dívidas de campanha do ex-prefeito com gráficas em troca de futuros benefícios para sua empresa, a UTC Engenharia. A Promotoria sustentou que, entre maio e junho daquele ano, a empreiteira efetivamente repassou a soma de R$ 2,6 milhões a Haddad.
Segundo o voto do relator, a denúncia não esclarece qual a vantagem pretendida pelo empreiteiro, uma vez que os interesses da UTC foram contrariados pela gestão municipal, que chegou a cancelar um contrato já assinado com a empresa para a construção de um túnel na avenida Roberto Marinho.