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Política

- Publicada em 30 de Janeiro de 2019 às 01:00

Centrais sindicais querem reajuste de 8,43% no mínimo regional do Rio Grande do Sul

Vivian (centro) disse que vai tentar buscar consenso, e centrais pediram pressa no envio do PL à AL

Vivian (centro) disse que vai tentar buscar consenso, e centrais pediram pressa no envio do PL à AL


NABOR GOULART/PALÁCIO PIRATINI/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
As centrais sindicais entregaram ao governo gaúcho ontem a proposta de reajuste e novos valores para as faixas do salário mínimo regional. A proposta prevê reajuste de 8,43% no piso, cuja faixa mais baixa passaria de R$ 1.196,47, em vigor em 2018, para R$ 1.297,33. O valor subiria R$ 100,00. Os sindicalistas abriram a negociação em encontro com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian (PP), no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
As centrais sindicais entregaram ao governo gaúcho ontem a proposta de reajuste e novos valores para as faixas do salário mínimo regional. A proposta prevê reajuste de 8,43% no piso, cuja faixa mais baixa passaria de R$ 1.196,47, em vigor em 2018, para R$ 1.297,33. O valor subiria R$ 100,00. Os sindicalistas abriram a negociação em encontro com o chefe da Casa Civil, Otomar Vivian (PP), no Palácio Piratini, em Porto Alegre.
Em 2018, o reajuste ficou em 1,81%, o mesmo concedido ao salário mínimo nacional. Para 2019, o mínimo nacional teve correção de 4,61%, passando de R$ 954,00 para R$ 998,00. A proposta das entidades contempla o mesmo índice do piso nacional, de 4,61%, mais 3,65%, que busca recompor parte da meta de que o piso regional fique 30% acima do mínimo nacional, explica o coordenador do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Estado, Ricardo Franzói. 
Desde que o piso gaúcho passou a ser adotado, em 2001, a diferença ocorreu em 2002, 2003 e 2004. "A equiparação é importante para o emprego doméstico e no interior, para segmentos como assalariados rurais, que sofrem com valores mais baixos em relação a outras categorias", reforça o coordenador do Dieese. Assinaram o documento levado à Casa Civil a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral de Trabalhadores (UGT).
As entidades reivindicam que o piso regional seja incluído na Constituição Estadual, com regra de reajuste levando em conta o crescimento da economia nacional e regional mais a inflação. O piso nacional, por exemplo, segue a inflação pelo INPC mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes - para 2019 valeu o de 2017. Ms em abril o presidente Jair Bolsonaro terá de confirmar ou não esta regra em projeto a ser enviado ao Congresso Nacional. 
Hoje são cinco faixas do mínimo regional. A data-base do reajuste é 1 de fevereiro. Mesmo que o novo piso, cuja proposta é enviada pelo governador na forma de Projeto de Lei (PL) à Assembleia Legislativa, seja aprovado mais à frente, o pagamento a quem tem carteira assinada é retroativo a fevereiro. Em 2018, a AL aprovou o piso em 27 de março. "Pedimos ao Vivian que não demorasse muito", indicou o economisat do Dieese. 
O governador Eduardo Leite (PSDB) evitou comentar o índice antes de conhecer a proposta. "Não vou adiantar nada em respeito à reunião. Posso dizer que vou analisar com muita razoabilidade (a proposta), levando em conta as condições de crescimento econômico, a tímida recuperação da economia brasileira, o que certamente dificulta aumento real nesses pisos", adiantou Leite. "Respeito a legítima aspiração de quem quer receber mais, mas vou examinar à luz da condição econômica do Estado e do País", reforçou o governador.
Vivian disse que o governo vai atuar como "facilitador", antevendo o ambiente de divergências e diferenças entre sindicatos de trabalhadores e patronais sobre o tema e índices. Entidades empresariais como Fiergs, Federasul e Fecomércio são contrárias ao piso regional. O chefe da Casa Civil afirmou que a ideia é buscar consenso ou "chegar o mais próximo disso para remeter o PL à Assembleia". 

Salário Mínimo Nacional X Salário Mínimo Regional (RS)

Ano Mínimo Nacional Reajuste (%) Mínimo Regional (1ª faixa) Reajuste (%)
2001 R$ 180,00 - R$ 230,00 -
2002 R$ 200,00 11,11 R$ 260,00 13,04
2003 R$ 240,00 20,00 R$ 312,00 20,00
2004 R$ 260,00 8,33 R$ 338,00 8,33
2005 R$ 300,00 15,38 R$ 374,67 10,85
2006 R$ 350,00 16,67 R$ 405,95 8,35
2007 R$ 380,00 8,57 R$ 430,23 5,98
2008 R$ 415,00 9,21 R$ 477,40 10,96
2009 R$ 465,00 12,5 R$ 511,29 7,10
2010 R$ 510,00 9,68 R$ 546,57 6,90
2011 R$ 545,00 6,86 R$ 610,00 11,60
2012 R$ 622,00 14,13 R$ 700,00 14,75
2013 R$ 678,00 9,00 R$ 770,00 10,00
2014 R$ 724,00 6,78 R$ 868,00 12,73
2015 R$ 788,00 8,84 R$ 1.006,88 16,00
2016 R$ 880,00 11,68 R$ 1.103,66 9,61
2017 R$ 937,00 6,48 R$ 1.175,15 6,48
2018 R$ 954,00 1,81 R$ 1.196,47 1,81
2019 R$ 998,00 4,61 R$ 1.297,33* 8,43**

* Valor com reajuste proposto pelas centrais sindicais

** Percentual de reajuste proposto pelas centrais sindicais
Fonte: Dieese
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