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Política

- Publicada em 21 de Janeiro de 2019 às 01:00

Leite começa a receber demandas da oposição

Marcus Meneghetti
Ao se reunir, ontem, com as deputadas estaduais eleitas Luciana Genro (PSOL) e Fran Somensi (PRB), no Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite (PSDB) já recebeu 20 dos 55 parlamentares que assumem os mandatos em 31 de janeiro. Até agora, Leite priorizou os deputados que se elegeram pela primeira vez. Luciana foi a primeira representante da oposição a apresentar suas ideias no gabinete do governador. 
Ao se reunir, ontem, com as deputadas estaduais eleitas Luciana Genro (PSOL) e Fran Somensi (PRB), no Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite (PSDB) já recebeu 20 dos 55 parlamentares que assumem os mandatos em 31 de janeiro. Até agora, Leite priorizou os deputados que se elegeram pela primeira vez. Luciana foi a primeira representante da oposição a apresentar suas ideias no gabinete do governador. 
Depois de quase uma hora de reunião a portas fechadas - como têm sido as agendas com deputados estaduais -, a parlamentar do PSOL citou as pautas convergentes e divergentes em relação ao governo Leite. Entre as congruentes, Luciana identificou duas: a luta pelos ressarcimentos da Lei Kandir e a implementação de políticas que combatam a violência contra as mulheres e o público LGBT.
"Pretendo criar comissões especiais na Assembleia para monitorar a violência que ocorre contra as mulheres e a comunidade LGBT. O governador Eduardo Leite disse que é parceiro para essas questões. Inclusive, mencionou que a nova chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor, criou uma delegacia especializada na violência contra LGBTs e contra as mulheres. Nessa área, tenho expectativa que se possa avançar em alguma coisa conjuntamente", relatou.
Quanto à cobrança das compensações da Lei Kandir, Luciana Genro se colocou "à disposição para colaborar com essa luta que o governador, depois da reunião de domingo com a bancada gaúcha, anunciou que vai travar". No encontro ao qual a deputada fez referência - que ocorreu no Galpão Crioulo do Palácio Piratini -, também compareceram o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) - estado que também foi prejudicado pela lei -, e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Por outro lado, ela também vai se opor a, pelo menos, duas propostas do governo tucano: a reforma no plano de carreira dos servidores públicos e a privatização de estatais. "Comecei a reunião pela nossa negativa em retirar direitos do setor mais sofrido do funcionalismo. Não aceito que os de baixo tenham que fazer sacrifícios sem que os de cima façam o dobro. Antes de mexer na carreira dos servidores, tem que revisar os benefícios fiscais e apresentar a prestação de contas das empresas (beneficiadas por desonerações). A comunidade tem que conhecer, de maneira transparente, os benefícios e as contrapartidas com os quais essas empresas se comprometem", analisou Luciana. 
Quanto às privatizações cogitadas pelo governo tucano - da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), da Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás) e da Companhia Riograndense de Mineração (CRM) -, Luciana disse ao governador que, "na agenda neoliberal, na área de finanças e economia, vamos estar abertos à discussão, mas sabendo que, nesse campo, temos visões completamente opostas". Durante as negociações do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), veio à tona a pressão do governo federal para que o Rio Grande do Sul também privatize o Banrisul. Na campanha eleitoral, Leite se comprometeu a não vender o banco.
Assim que Luciana Genro deixou o gabinete do governador, Fran Somensi - que já aguardava no Salão Negrinho do Pastoreio - se reuniu com Leite. Ao sair, depois de aproximadamente meia hora, elogiou a postura de diálogo do chefe do Executivo. "O governador disse que haverá uma reestruturação muito grande no Estado. Pediu que a gente dê oportunidade de o governo mostrar os números, dar informações, antes de nos comprometermos em votar sim ou não. Ele sabe onde se meteu, não tem aquele discurso de coitadismo", declarou. 
Farmacêutica, a deputada do PRB apresentou um projeto que gostaria de realizar no Estado. Trata-se de uma ação que ela desenvolveu no município de Farroupilha, promovendo a reutilização e o descarte correto de medicamentos - a chamada logística reversa.
"Propus ao governador tornarmos o Rio Grande do Sul pioneiro na logística reversa do medicamento. A logística reversa da pilha e das lâmpadas já funciona no Brasil. Mas a dos medicamentos, não. E os remédios, quando viram lixo ou estão vencidos, são um dos grupos mais tóxicos. É prejudicial ao solo, às plantas, à água", falou. 
E projetou a expansão da política implementada em Farroupilha: "O projeto propõe que as pessoas doem as sobras de tratamento, para que passe por uma triagem feita por profissionais qualificados. O que pode ser reutilizado vai para uma prateleira, para ser doado a pessoas carentes. Assim, diminuímos o descarte inapropriado e o impacto ambiental. Além disso, tem um aspecto social". 
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