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investigação

- Publicada em 07 de Janeiro de 2019 às 22:42

Tarso Boelter pede exoneração da direção-geral da Câmara de Porto Alegre

Boelter é alvo de inquérito da Polícia Civil

Boelter é alvo de inquérito da Polícia Civil


MARCELO G. RIBEIRO/JC
A presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu, na tarde de ontem, a solicitação de afastamento de cargo formalizada pelo então diretor-geral da Casa, Tarso Boelter (PP). O pedido de afastamento ocorreu em decorrência da abertura de inquérito pela Polícia Civil que trata de situações em período no qual Boelter esteve à frente do antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
A presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre recebeu, na tarde de ontem, a solicitação de afastamento de cargo formalizada pelo então diretor-geral da Casa, Tarso Boelter (PP). O pedido de afastamento ocorreu em decorrência da abertura de inquérito pela Polícia Civil que trata de situações em período no qual Boelter esteve à frente do antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
A presidente do Legislativo da Capital, vereadora Mônica Leal (PP), que tomou posse na quinta-feira passada - mesma data em que Boelter foi nomeado para o cargo, por indicação do partido -, conversou com o diretor-geral na tarde de ontem. Na oportunidade, Mônica argumentou a necessidade do afastamento dele, o qual então pediu exoneração.

Segundo apuração policial, recursos desviados do DEP somam R$ 1,2 milhão

Ex-titular do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter (PP) é um dos indiciados em inquérito, encerrado em dezembro, que apura irregularidades no cumprimento de contrato para serviços de hidrojateamento e sucção em redes pluviais. Também consta entre os indiciados o nome de Francisco Eduardo Mello dos Santos (MDB), diretor adjunto do DEP entre 2013 e 2016. Além deles, estão sob suspeita três ex-servidores do DEP, além de dois empresários e dois funcionários, ligados às empresas Ambiental BR e JB Comércio e Serviços Ambientais. Cerca de um terço dos valores pagos eram desviados, em um prejuízo que pode chegar a R$ 1,2 milhão.
As suspeitas em torno de Boelter e Santos são conhecidas pelo menos desde 2017, quando a Polícia Civil cumpriu mandatos de busca em unidades do DEP e em empresas que teriam participação nas fraudes. De acordo com o delegado Max Otto Ritter, responsável pela investigação, os servidores confirmaram que forjaram dados de planilhas utilizadas para o controle dos serviços prestados.
Também por meio dos desvios, os empresários acabavam pagando uma importância mensal à direção do DEP, a título de propina - o que foi admitido, na fase de interrogatório, pelos responsáveis pelas empresas. "(O poder público) pagava o que o papel aceitava, por um todo (de serviços) que não era prestado", resume Ritter. Os indiciados vão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, uso de documento falso, peculato e organização criminosa, entre outros.

Ao todo, 12 contratos firmados pelo DEP no período de 2013 a 2016 estão sob análise, e o Tribunal de Contas do Estado apontou, em inspeção especial, a possível existência de superfaturamento em todos eles. A partir dos cálculos do órgão, o desfalque nas contas públicas pode chegar aos
R$ 17 milhões.