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Política

- Publicada em 05 de Dezembro de 2018 às 16:01

Bolsonaro impõe novo silêncio ao general Mourão e limita espaço do vice no governo

Recomendação é de que Mourão (e) deixe que o presidente eleito (d) concentre os holofotes

Recomendação é de que Mourão (e) deixe que o presidente eleito (d) concentre os holofotes


EVARISTO SA/AFP/JC
O presidente eleito Jair Bolsonaro impôs recentemente mais uma espécie de "lei do silêncio" ao seu vice, general Hamilton Mourão, em um novo capítulo da disputa interna do futuro governo. A recomendação, repassada ao general por meio de alguns dos mais próximos aliados de Bolsonaro, é que o militar adote uma postura mais discreta e deixe que o presidente eleito concentre os holofotes, sendo o único porta-voz do futuro governo.
O presidente eleito Jair Bolsonaro impôs recentemente mais uma espécie de "lei do silêncio" ao seu vice, general Hamilton Mourão, em um novo capítulo da disputa interna do futuro governo. A recomendação, repassada ao general por meio de alguns dos mais próximos aliados de Bolsonaro, é que o militar adote uma postura mais discreta e deixe que o presidente eleito concentre os holofotes, sendo o único porta-voz do futuro governo.
Além da trava verbal, o general, que por diversas vezes afirmou que não gostaria de ser um vice figurativo, não deverá ter espaço para atuar no governo, segundo interlocutores do grupo de transição. Pelo desenho atual da estrutura, a Vice-Presidência não terá nenhuma secretaria subordinada ou atribuição pré-definida. Após a vitória em segundo turno, chegou-se a especular que Mourão teria um papel de "gerente" do governo, coordenando os ministérios. Porém, a recomendação é que o vice só responda às demandas específicas de Bolsonaro, quando for solicitado.
Ao contrário de outras vezes em que foi desautorizado por Bolsonaro após declarações controversas, o impasse agora surgiu justamente pelo desempenho de Mourão nas entrevistas para a imprensa. A avaliação é que Mourão, ao construir interlocução com jornalistas, trabalha para sobressair ao presidente eleito.
O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito, é o que mais tem reagido mal ao vice e insistido para que o pai freasse o general. Na semana passada, a intriga ganhou as redes sociais quando o Carlos, no Twitter, escreveu, sem citar nomes, que morte de Bolsonaro "não interessa somente aos inimigos declarados, mas também aos que estão muito perto. Principalmente após sua posse."
Questionado se a mensagem havia sido uma indireta, Mourão se irritou e disse que caberia a Carlos esclarecer a sua mensagem. "Se eu quisesse ser presidente, teria concorrido a presidente", respondeu Mourão à reportagem.
Nesta semana, o general está recolhido e providenciando a sua mudança do Rio para Brasília, onde vai se instalar no Palácio do Jaburu, a partir de Janeiro.
Os atritos no entorno de Bolsonaro e general Mourão surgiram ainda durante a campanha. Com Bolsonaro hospitalizado após levar uma facada em um ato de campanha em Juiz de Fora, no início de setembro, Mourão chegou a afirmar que poderia assumir os compromissos eleitorais, incluindo debates, mas foi desautorizado pelo então presidente do PSL, Gustavo Bebianno, que afirmou ser Bolsonaro "insubstituível."
Mourão limitou-se a participar de eventos fechados, mas sua declarações - como a que lares apenas com mães e avós são "fábrica de desajustados" - seguiram repercutindo mal e incomodando o núcleo duro da campanha. O vice foi advertido três vezes para que fosse mais comedido em seus discursos. Na quarta vez, Bolsonaro decidiu por ele mesmo expor a rusga com o companheiro de chapa e foi ao Twitter desautorizá-lo, após o general dizer que o 13º salário e o abono de férias, dizendo que são "jabuticabas brasileiras." Procurada, a assessoria informou que não iria se manifestar.
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