O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira, marcou o encerramento de uma das últimas fases da ação penal do sítio de Atibaia, a terceira a que o petista responde em Curitiba.
Com isso, o petista passa a ter dois processos próximos do momento decisivo na Justiça Federal do Paraná, além do que ele já está condenado e que tentará reverter em terceira instância, que trata do triplex de Guarujá (SP).
Na ação do sítio de Atibaia, Lula é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por ter se beneficiado, segundo a acusação, de benfeitorias que custaram
R$ 1,02 milhão em imóvel frequentado por ele e por seus familiares no interior de São Paulo. As reformas teriam sido feitas pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.
Interrogado por três horas na ação penal em que é réu, o clima foi tenso no primeiro interrogatório com a substituta do juiz Sérgio Moro, a juíza federal Gabriela Hardt. Na audiência, que durou quase três horas, a magistrada chegou a advertir o petista logo no início do depoimento.
O petista exaltou-se quando foi questionado sobre propinas pagas no âmbito de contratos da Petrobras e a criação de um suposto "caixa-geral" do PT, que teria sido administrado pelo ex-tesoureiro da legenda João Vaccari, preso na Operação Lava Jato desde abril de 2015.
Além de Lula, são réus outros 12 acusados, incluindo os empreiteiros Léo Pinheiro, da OAS, e Marcelo Odebrecht. Cinco dos réus são delatores da Odebrecht. Todos os acusados foram ouvidos entre a semana passada e esta quarta-feira, finalizando a fase de audiências com os acusados.
A partir de agora, pode haver ainda diligências complementares até a abertura de prazo para alegações finais, que são a última manifestação de fôlego das defesas até a sentença que dirá se os réus serão considerados culpados.
Lula tem outra ação em estado ainda mais adiantado no Paraná. Nesse outro caso, ele é acusado de ser beneficiado pela Odebrecht mediante a compra de um terreno para o Instituto Lula, em São Paulo. Nesse processo, as defesas entregaram as alegações finais há duas semanas.
Diante disso, o processo do Instituto Lula estaria já prestes a ser sentenciado, mas a saída do juiz Sérgio Moro deve atrasar a definição.