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transição

- Publicada em 05 de Novembro de 2018 às 01:00

Jair Bolsonaro fez 10 ataques por semana à imprensa

Jair Bolsonaro atacou a imprensa dez vezes por semana durante o mês de outubro, na reta final da campanha presidencial, de acordo com análise feita em mensagens que ele publicou nas redes sociais, pronunciamentos e entrevistas.
Jair Bolsonaro atacou a imprensa dez vezes por semana durante o mês de outubro, na reta final da campanha presidencial, de acordo com análise feita em mensagens que ele publicou nas redes sociais, pronunciamentos e entrevistas.
O levantamento encontrou registros de 129 ataques de Bolsonaro à imprensa desde o início do ano e mostra que eles se intensificaram no último mês da corrida eleitoral, período em que ocorreram 45 episódios, um terço do total.
Foram contabilizadas 39 acusações de falsidade e 38 denúncias de partidarismo dirigidas a veículos de comunicação e jornalistas específicos, além de 49 mensagens genéricas em que o capitão reformado do Exército deixou explícito o objetivo de estimular o descrédito na imprensa.
Houve também três ameaças dirigidas à Folha de S.Paulo. Bolsonaro disse que cortaria verbas publicitárias do governo destinadas ao jornal em duas ocasiões antes da eleição e reafirmou sua disposição numa das primeiras entrevistas concedidas na condição de presidente eleito.
Braço direito de Bolsonaro, o advogado Gustavo Bebianno disse na terça-feira (30) que o presidente eleito tem o direito de criticar a imprensa, especialmente se for "atacado em algum momento de forma fora de uma linha de normalidade", e rejeitou a caracterização dessas críticas como ataques. "Faz parte da democracia", disse Bebianno. "Ninguém está atacando ninguém."
Na quinta-feira, representantes de seis veículos foram barrados em uma entrevista coletiva de Bolsonaro. Repórteres dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo e Valor Econômico, da rádio CBN e da EBC foram impedidos de participar.
Bolsonaro se manifestou sempre que se viu atingido por reportagens críticas, como levantamentos sobre a evolução de seu patrimônio, a descoberta de uma funcionária fantasma de seu gabinete em Angra dos Reis (RJ) e a revelação de que empresários impulsionaram disparos de mensagens por WhatsApp contra o PT.
Na maioria dos casos em que os ataques foram genéricos, Bolsonaro se queixou de desequilíbrio na cobertura das eleições, acusando a imprensa de menosprezar demonstrações de apoio popular à sua candidatura.

Governo do presidente eleito deve manter 'comunicação direta'

Na última quarta-feira, o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), usou sua conta de Twitter para dar um recado: "Nossos ministérios não serão compostos por condenados por corrupção, como foram nos últimos governos. Anunciarei os nomes oficialmente em minhas redes. Qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade".
A mensagem é um aviso de que Bolsonaro usará as redes sociais para fazer comunicados importantes (como a nomeação de um ministro) e que "qualquer informação além é mera especulação maldosa e sem credibilidade". Ou seja, os próximos anos devem ser marcados pela comunicação direta (via Twitter, transmissões ao vivo, WhatsApp, aplicativos e outras) entre o eleito, seus eleitores e a população em geral. Além disso, os grupos de WhatsApp mais ativos durante a campanha eleitoral devem continuar em funcionamento.
Na próxima semana, a cúpula do novo governo irá se reunir para definir os parâmetros da comunicação do Planalto. O que se sabe é que o vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente eleito, terá protagonismo na continuidade do projeto de comunicação direta.
O capital virtual do novo presidente é realmente grande. Só no Twitter, ele conta com mais de 2 milhões de seguidores. Grupos criados no WhatsApp que apoiaram Bolsonaro devem continuar funcionando.