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Política

- Publicada em 29 de Outubro de 2018 às 16:57

No exterior, reação a eleição de Bolsonaro adota tom conciliatório

Presidente do Chile, Sebastián Piñera convidou Bolsonaro para uma visita ao país

Presidente do Chile, Sebastián Piñera convidou Bolsonaro para uma visita ao país


MARTIN BERNETTI/AFP/JC
Agência Estado
Chefes de governo e líderes de órgãos internacionais reagiram à eleição de Jair Bolsonaro com mensagens parabenizando-o pela vitória e pedindo a continuidade de acordos e parcerias. A maior parte dos comunicados adotou tom conciliatório, ressaltando a tranquilidade do processo eleitoral e desejando sorte ao presidente eleito.
Chefes de governo e líderes de órgãos internacionais reagiram à eleição de Jair Bolsonaro com mensagens parabenizando-o pela vitória e pedindo a continuidade de acordos e parcerias. A maior parte dos comunicados adotou tom conciliatório, ressaltando a tranquilidade do processo eleitoral e desejando sorte ao presidente eleito.
Bolsonaro ainda recebeu, informalmente, o primeiro convite para uma viagem internacional. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, usou sua conta oficial no Twitter para convidar Bolsonaro a uma visita ao Chile. "Felicito a Bolsonaro por seu grande triunfo eleitoral", escreveu. "O convido a visitar o Chile e estou seguro que trabalharemos com vontade, força e visão de futuro em favor do bem-estar de nossos povos e da integração", disse o mandatário chileno.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, enviou uma mensagem no mesmo tom. "Parabéns a Jair Bolsonaro pelo triunfo no Brasil! Desejo que trabalhemos em breve juntos para o relacionamento entre nossos países e o bem-estar de argentinos e brasileiros", escreveu Macri em sua conta no Twitter.
Em países como Espanha, França e China, líderes desejaram sorte ao presidente eleito, reconhecendo o resultado das urnas, e ressaltaram a importância da preservação dos compromissos assumidos por governos brasileiros anteriores.
O governo da Espanha enviou um comunicado parabenizando autoridades brasileiras pelo "comportamento cívico e democrático", e desejou sucesso a Bolsonaro no cargo. O comunicado ressalta que os países são "parceiros estratégicos" e que deseja consolidar as "excelentes" relações entre os dois países. O presidente espanhol, Pedro Sánchez, não mencionou Bolsonaro em sua conta oficial no Twitter, onde escreveu que o "Brasil sempre contará com a Espanha para conseguir uma América Latina mais igualitária e mais justa".
O presidente francês, Emmanuel Macron, parabenizou Bolsonaro pela eleição e destacou "valores comuns" e a "promoção de princípios democráticos" pelos dois países. No comunicado, Macron diz que a França pretende seguir trabalhando com o Brasil "para enfrentar os grandes desafios contemporâneos do nosso planeta", citando a mudança climática. Durante a campanha, Bolsonaro chegou a afirmar que renegociaria a presença do Brasil no Acordo Climático de Paris.
Em Pequim, o porta-voz do ministério de Assuntos Exteriores da China, Lu Kang, disse em uma coletiva de imprensa que a intenção do governo chinês é continuar trabalhando para melhorar sua cooperação com o Brasil em organismos internacionais como o BRICS, que reúne as economias emergentes de Brasil, Russia, Índia e China. Perguntado sobre uma viagem de Bolsonaro a Taiwan, que ocorreu durante sua pré-campanha à Presidência, Lu disse que as relações da China com qualquer país está baseada no reconhecimento do princípio de "uma só China", e que o país considera Taiwan como parte de seu território.
Bolsonaro também recebeu os parabéns do presidente russo, Vladimir Putin. O Kremlin enviou uma mensagem em que "transmite sua confiança" na melhora das relaçõs bilaterais entre Rússia e Brasil. O presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, parabenizou Jair Bolsonaro "em nome do povo e do governo do México" em sua conta no Twitter e acrescentou que a eleição do ex-militar "é um exemplo que reflete a fortaleza democrática desse país".
O chefe da pasta de Economia da União Europeia, o francês Pierre Moscovici, abriu a primeira saia justa para Bruxelas em relação ao Brasil. Em declarações nesta manhã, o comissário para Assuntos Econômicos do bloco criticou a eleição de Jair Bolsonaro e pediu que as lideranças no mundo "acordem".
"Bolsonaro é evidentemente um populista de extrema direita", disse o ex-ministro francês em diferentes governos socialistas em declarações à TV do Senado francês. "Atrás dele, vemos a sombra dos militares que estiveram por um longo tempo no poder no Brasil, constituindo uma ditadura terrível", declarou. "Ele mesmo é um ex-militar e seu vice-presidente é um militar", destacou o comissário.
"É claro que é um sinal", insistiu o francês, um dos homens de maior influência hoje dentro do bloco europeu. Moscovici será a contraparte da equipe econômica de Bolsonaro nas reuniões do G-20 e em outros fóruns internacionais. A declaração dele levou a UE a se apressar em dar uma versão mais branda de sua avaliação sobre o novo governo brasileiro, insistindo que o comissário fala apenas por si mesmo e que o bloco, como um todo, não iria qualificar Bolsonaro. "O Brasil é um parceiro importante também nas negociações com o Mercosul", disse uma porta-voz da Comissão Europeia, Natasha Bertaud. "A UE espera fortalecer a parceria com o novo governo", afirmou.
Moscovici ressaltou que respeita o resultado das urnas, e disse que o País tem "instituições sólidas". "Esperamos de todos os futuros presidentes do País trabalhem para consolidar a democracia ao benefício do povo brasileiro", afirmou a porta-voz, que qualificou o Brasil de um "parceiro muito importante".
Já o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo, usou sua conta no Twitter para parabenizar o presidente eleito pela vitória nas eleições presidenciais do Brasil e afirmou que o órgão está pronto para contribuir com o país, especialmente na área econômica. "A OMC está pronta para aprofundar o diálogo com o governo brasileiro", escreveu Azevedo.
Matteo Salvini, chefe da extrema-direita italiana e ministro do Interior de seu país, felicitou na manhã desta segunda-feira o presidente eleito Jair Bolsonaro pelos resultados das urnas no Brasil. Ele ainda deixou claro: irá pedir a extradição imediata de Cesare Battisti. "No Brasil, os cidadãos também expulsaram a esquerda!", escreveu Salvini em suas redes sociais. "Bom trabalho ao presidente Bolsonaro, a amizade entre nossos povos e nossos governos será ainda mais forte", declarou.
Ele também indicou qual será uma de suas prioridades na nova relação com o governo brasileiro. "Depois de anos de discursos em vão, eu pedirei que eles nos reenviem para a Itália o terrorista vermelho Battisti", completou. No último dia 26, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), cotado para ser ministro-chefe da Casa Civil num governo Bolsonaro, indicou que a revisão do caso de Battisti poderia ocorrer. "O terrorista e bandido albergado por Lula e sua quadrilha no Brasil vai cumprir o que a legislação italiana determina", afirmou.
Battisti, de 63 anos, integrou nos anos 1970 um grupo terrorista na Itália e foi condenado à prisão perpétua por homicídios. Ele fugiu da Itália e foi preso em 2007 no Rio de Janeiro. O então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, concedeu a Battisti o status de refugiado político, decisão muito criticada na Itália.
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