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Política

- Publicada em 23 de Outubro de 2018 às 16:57

Apresentador sai de programa ao vivo após entrevista de Bolsonaro na Rádio Guaíba

'Achei humilhante e por isso estou saindo do programa', disse Juremir Machado

'Achei humilhante e por isso estou saindo do programa', disse Juremir Machado


GABRIELA DI BELLA/ARQUIVO/JC
A cinco dias do segundo turno, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) manteve as críticas ao jornal Folha de S.Paulo e ao PT em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, na manhã desta terça-feira (23).
A cinco dias do segundo turno, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) manteve as críticas ao jornal Folha de S.Paulo e ao PT em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, na manhã desta terça-feira (23).
Para o candidato do PSL, a proposta de mudar o marco regulatório de telecomunicações que consta no programa de governo petista, e que cita alterações na distribuição de concessões, é uma tentativa de controle social da mídia.
"Eles querem que você, para entrevistar alguém, esse alguém não pode ser qualquer um. E, mesmo assim, tem de conduzir qual o tipo de perguntas que você vai perguntar e responder", afirmou Bolsonaro, dizendo ser contra esse tipo de controle e comparando-o ao vigente em regimes ditatoriais.
Segundo o âncora Rogério Mendelski, contudo, o presidenciável exigiu como condição para participar do programa que apenas ele -Mendelski- fizesse as perguntas. O âncora se mostra um crítico constante do PT.
A situação foi entendida como censura pelo apresentador Juremir Machado, crítico às posições de Bolsonaro, que se demitiu ao vivo do programa. "Nós podemos dizer que o candidato nos censurou?", perguntou Machado a Mendelski ao fim da entrevista.
"Não, eu não diria isso", respondeu o âncora, que agradeceu pelo silêncio no estúdio durante a entrevista.
"Então por que que nós não podíamos fazer perguntas? Eu achei humilhante e por isso estou saindo do programa. Foi um prazer trabalhar aqui dez anos", disse Machado.
Mendelski mostrou-se surpreso com a decisão e disse não poder fazer nada. "Desculpe, eu não tenho que dizer nada, foi uma condição do candidato", afirmou.
Durante o programa, o candidato do PSL voltou a criticar a Folha de S.Paulo, classificando o jornal como "a grande origem de fake news do Brasil" .
Ele citou as reportagens feitas pelo jornal neste ano que revelaram a existência de uma funcionária fantasma em seu gabinete, Walderice Santos.
Na apuração, a Folha fez visitas em janeiro e agosto ao local em que a suposta servidora de gabinete mora, a Vila Histórica de Mambucaba, um distrito de Angra dos Reis com pouco mais de mil habitantes.
Nas duas ocasiões, todos os moradores da vila fluminense que foram entrevistados disseram nunca ter ouvido falar de nenhuma atividade legislativa de Walderice.
Bolsonaro, porém, contesta a reportagem. "Essa é a Folha de S.Paulo, que potencializa porque realmente eu sou uma ameaça à corrupção", disse.
O presidenciável também criticou a reportagem publicada pela Folha de S.Paulo na quinta-feira (18) que mostra o pagamento a agências de mídia, por empresários simpáticos a Bolsonaro, para disparar mensagens antipetistas a grandes bases de eleitores no WhatsApp. A legislação eleitoral proíbe a doação por empresas às campanhas, e os valores não foram declarados.
"Foi a Folha que inventou que eu teria participação junto com empresários gastando aí até R$ 12 milhões cada um para impulsionar fake news contra o PT aqui no Brasil", disse o presidenciável.
Bolsonaro também ironizou o fato de o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) tê-lo chamado de "anticristo": "O Lula é Deus pra eles, e, como eu sou o oposto do Lula, eu acho que eu sou o anticristo no tocante anti-Lula. O cidadão não tem nada na cabeça".
Folhapress
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