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Política

- Publicada em 07 de Outubro de 2018 às 23:00

Eleição consolida nova divisão de forças políticas no Rio Grande do Sul

Resultado do primeiro turno da eleição ao Palácio Piratini marca fim de uma era de polarização entre PT e MDB

Resultado do primeiro turno da eleição ao Palácio Piratini marca fim de uma era de polarização entre PT e MDB


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Guilherme Kolling
O resultado do primeiro turno da eleição ao Palácio Piratini consolida uma nova divisão nas forças políticas no Rio Grande do Sul. O avanço de Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) ao segundo turno marca o fim de uma era de polarização entre PT e MDB, que dominou o Estado por mais de 20 anos.
O resultado do primeiro turno da eleição ao Palácio Piratini consolida uma nova divisão nas forças políticas no Rio Grande do Sul. O avanço de Eduardo Leite (PSDB) e José Ivo Sartori (MDB) ao segundo turno marca o fim de uma era de polarização entre PT e MDB, que dominou o Estado por mais de 20 anos.
Desde 1990, quando o segundo turno foi disputado entre Alceu Collares (PDT) e Nelson Marchezan (PDS, pai do atual prefeito da Capital), o PT esteve nas duas primeiras colocações em todas as eleições ao governo do Estado entre 1994 e 2014. E quase sempre disputando o segundo turno com o MDB.
As exceções foram 2006, quando o Partido dos Trabalhadores enfrentou o PSDB de Yeda Crusius e, em 2010, quando Tarso Genro (PT) foi eleito em primeiro turno.
Mas a mudança no protagonismo dos principais partidos vai além do rompimento da polarização PT-MDB. Evidencia, também, o avanço de uma nova força, mais à direita no espectro político gaúcho.
Desde 2006, PSDB e PP, vêm crescendo no Rio Grande do Sul. Há 12 anos, os tucanos elegeram pela primeira vez uma governadora. No pleito seguinte, em 2010, Yeda foi candidata à reeleição, ficando na terceira colocação, mas com protagonismo na campanha eleitoral. Também, naquele ano, o PP elegeu a senadora Ana Amélia Lemos.
Em 2014, Ana Amélia seria a candidata ao Piratini desse grupo político. Ficou em terceiro lugar na disputa, mas liderou a maior parte da corrida eleitoral. A senadora não concorreu à reeleição, foi candidata a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB). Mas sua cadeira no Senado será herdada por Luis Carlos Heinze (PP), que foi o candidato a senador mais votado ontem - nesse caso, pesou também a identificação com Jair Bolsonaro (PSL).
Será, portanto, um segundo turno diferente no Rio Grande do Sul, mas não chega a ser uma completa novidade. Basta observar que, em 2016, nas eleições municipais, o PSDB elegeu cinco prefeitos nas dez maiores cidades gaúchas. Inclusive em Porto Alegre, onde o segundo turno também foi disputado entre MDB (Sebastião Melo) e PSDB (Nelson Marchezan Júnior).
A vitória dos tucanos naquela oportunidade já alterou a atual campanha. Em 2014, Sartori foi vitorioso com a estratégia de evitar ataques a adversários no primeiro turno e polarizar com o PT no segundo turno, no que foi bem sucedido. Sebastião Melo tentou o mesmo estratagema em 2016, mas foi surpreendido pela ascensão de Marchezan e quando partiu para o embate direto com o tucano já era tarde.
Na campanha eleitoral deste ano, o MDB teve uma posição diferente. Sartori e Leite, de certa forma, já anteciparam a disputa que será feita nas próximas três semanas, com comparação de propostas para se diferenciar, além de críticas de parte a parte.
O tucano larga em vantagem, com 35,9%, contra 31,1% do atual governador. Entretanto, nada está decidido até 28 de outubro, pois o segundo turno é uma nova eleição, na qual quem irá decidir o pleito, possivelmente, serão os votos da esquerda, que ficou sem representante após a derrota de Miguel Rossetto (PT) e Jairo Jorge (PDT).
Editor-chefe do Jornal do Comércio
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