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eleições 2018

- Publicada em 03 de Setembro de 2018 às 21:44

Carmen Flores defende liberação de armas e redução de impostos

'Por que tanto medo do Jair Bolsonaro? É um cidadão comum', declara a candidata

'Por que tanto medo do Jair Bolsonaro? É um cidadão comum', declara a candidata


CLAITON DORNELLES /JC
Candidata ao Senado pelo PSL, a empresária Carmen Flores pretende usar o espaço que tem em rádio e televisão para reforçar a campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A coligação, formada também pelo Pros e DEM, não apoia nenhum candidato ao governo do Estado, mas Carmen não vê isso como um problema para a campanha de Bolsonaro no Rio Grande do Sul. "O nosso palanque hoje é o povo, as ruas", sustenta.
Candidata ao Senado pelo PSL, a empresária Carmen Flores pretende usar o espaço que tem em rádio e televisão para reforçar a campanha do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). A coligação, formada também pelo Pros e DEM, não apoia nenhum candidato ao governo do Estado, mas Carmen não vê isso como um problema para a campanha de Bolsonaro no Rio Grande do Sul. "O nosso palanque hoje é o povo, as ruas", sustenta.
Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Carmen Flores apresenta propostas semelhantes às de Bolsonaro e defende a liberação do porte de armas, a redução da carga tributária de setores produtivos e uma revisão do pacto federativo. A candidata também questiona a dívida que o Estado tem com a União. "Como senadora, vou lutar para mostrar que esta dívida está paga há muito tempo", declara.
Jornal do Comércio - O que a senhora pretende fazer pelo Rio Grande do Sul como Senadora?
Carmen Flores - Temos uma proposta do nosso (candidato a) presidente, não de militarizar as escolas, mas que elas tenham dignidade, que o professor seja bem tratado. Tratar as escolas sem ter nada partidário, uma escola sem partido. No agronegócio, fazer com que os jovens não saiam do interior do Estado para as grandes cidades, onde já temos desempregados demais. A nossa produção é altamente qualificada, temos terras e mais terras para produzir, fazer com que o agronegócio cresça, temos uma condição muito grande para isso. Tudo é bom, tudo é lindo e maravilhoso no momento em que o agronegócio está funcionando, que tem crédito. Hoje, para o produtor rural ter credito é muito difícil, em compensação uma empresa dessas que estão dando propina consegue dinheiro 'à rodo' do BNDES. Nosso produtor não consegue nada, tem muitas dificuldades, tem muita burocracia, então é desburocratizar para aqueles que querem produzir.
JC - Que área de atuação a senhora pretende seguir?
Carmen Flores - São tantas coisas que temos hoje em desespero. A carga tributária, principalmente para nós que somos empresários, é inviável. Nos últimos três anos, 220 mil lojas fecharam no Brasil. Quantas pessoas ficaram desempregadas? O pequeno e médio empresário emprega em torno de 70% das pessoas. O grande sempre se vira, dá um jeito. O pequeno quebra, fecha as portas. É impossível uma empresa sobreviver com a carga tributária de até 45%, sendo que se baixou as vendas em torno de 40 a 50%, falando de varejo. Todas as áreas produtivas que podem produzir estão na UTI. Existe uma dívida do governo do Estado praticamente impagável. Tivemos dois governos do PT e o governo federal também do PT e eles não conseguiram sanear a dívida do Rio Grande do Sul, agora nós temos os governos estadual e federal do MBD, e continua o governador (José Ivo) Sartori com o chapéu na mão pedindo pelo amor de Deus para fazer o parcelamento. Como senadora, vou lutar para mostrar que esta dívida está paga há muito tempo. É um dinheiro do Rio Grande do Sul que pode ser investido no Estado.
JC - Além de questionar a dívida do Estado...
Carmen Flores - Temos o projeto 'Mais Brasil e menos Brasília'. Hoje todos recursos dos impostos vão para a União. O dinheiro está indo para o bolso dos políticos e não voltando para o Estado, que recebe pingado aquilo a que tem direito. Automaticamente os municípios não recebem nada ou muito pouco, sendo que somos um Estado produtivo. É um projeto do nosso (candidato a) presidente que todos os impostos fiquem nos estados.
JC - A ideia é rever o pacto federativo?
Carmen Flores - Exatamente. Esse dinheiro fica nos estados e cada um paga um percentual para a União, ou seja, o contrário que acontece hoje. Que a União seja a fiscalizadora do Estado e não uma mantenedora. Assim com os municípios também.
JC - Pretende trabalhar pela redução da carga tributária?
Carmen Flores - Sim. Às vezes as pessoas dizem que "o empresário não quer pagar impostos". Só que, na realidade, não queremos 'comer' impostos. E, além de baixar a carga tributária, diminuir o Estado. Reduzir para 15 o número de ministérios, enxugar o Estado o máximo possível, assim teremos logicamente muito mais verba. A segurança pública, que é um trabalho estadual, se juntar com a União e reunir as polícias ao Exército quando for necessário, vamos ter realmente combate ao tráfico. Pretendemos acabar com o desarmamento para as pessoas de bem poderem ter uma arma. É uma coisa bem polêmica, porque dizem que "vão armar pessoas que não têm condições". Obviamente que não, vamos trabalhar com pessoas que tem sanidade para ter uma arma, e quem não gosta de arma não tem nenhuma obrigação de ter. Eu morava no interior e meu pai me ensinou a atirar com 8 anos. Hoje é proibido. Nós não temos condições de nos defender, o bandido tem todas as condições.
JC - Como acredita que a coligação poderá contribuir para a campanha do candidato à presidência Jair Bolsonaro no Rio Grande do Sul?
Carmen Flores - Na realidade precisávamos de alguns segundos na TV, então como (candidata a) senadora consigo ter esse espaço, que naturalmente ajuda Bolsonaro e os nossos candidatos (proporcionais). O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é um dos coordenadores nacionais da campanha de Bolsonaro. O Pros veio pra somar a esses segundos. Mas essa é uma eleição regionalizada, o PT está coligado com o MDB em outros estados e, segundo se ouve, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o maior inimigo do PT, está dizendo que vai se juntar a eles no segundo turno para derrubar Jair Bolsonaro. Tem uma preocupação muito grande desse homem ser presidente. O que ele tem de diferente que é tão perigoso? Essa é uma pergunta que eu gostaria de deixar para o povo brasileiro. Por que tanto medo do Jair Bolsonaro? É um cidadão comum, um pai de família, religioso, temente a Deus e que quer o bem. Não se coligou com ninguém para ter mais alguns segundos.
JC - Acredita que mesmo com poucos segundos de campanha em rádio e televisão, a articulação política ultrapassa essa questão?
Carmen Flores - O nosso palanque hoje é o povo, as ruas, e isso é notório. Onde chega Jair Bolsonaro, em qualquer lugar do Brasil, ele é recebido por milhares e milhares de pessoas. Ali ninguém é pago, ninguém leva mortadela, vai lá por amor, por amor à renovação.

Perfil

Carmen Zoleike Flores Inácio é empresária e comerciante do ramo de móveis. É natural de Rosário do Sul e tem 65 anos. Foi presidente do Polo Moveleiro da Ipiranga. Exerceu o cargo de vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre e da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul. Também foi diretora da Federação do Comércio de Bens e de Serviços no Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS). Concorreu ao cargo de deputada estadual em 2014, pelo PP, e obteve 3.587 votos. É filiada ao PSL desde março de 2018. Sua candidatura ao Senado não está vinculada a nenhuma chapa ao governo do Estado.