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Operação Lava Jato

- Publicada em 10 de Julho de 2018 às 01:00

Decisão sobre Lula deve passar pelo STJ, diz PGR

Em parecer encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na noite de domingo, em meio ao embate de decisões sobre a soltura ou não do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o procurador-geral da República em exercício, Humberto Jacques de Medeiros, pediu à presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, que determine à Polícia Federal (PF) que não execute nenhuma decisão sobre a liberdade de Lula que não tenha passado pelo STJ. Medeiros é vice-procurador-geral eleitoral e assumiu o posto de Raquel Dodge durante as férias da procuradora-geral.
Em parecer encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) na noite de domingo, em meio ao embate de decisões sobre a soltura ou não do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o procurador-geral da República em exercício, Humberto Jacques de Medeiros, pediu à presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, que determine à Polícia Federal (PF) que não execute nenhuma decisão sobre a liberdade de Lula que não tenha passado pelo STJ. Medeiros é vice-procurador-geral eleitoral e assumiu o posto de Raquel Dodge durante as férias da procuradora-geral.
"Excelentíssima presidente do Superior Tribunal de Justiça, em medida de menor intervenção e cautela suficiente, a maiori, ad minus, que se determine à autoridade policial custodiante do paciente que se abstenha de executar mandados judiciais referentes à liberdade do paciente que não contenham a chancela do Superior Tribunal de Justiça", diz o texto. Para Medeiros, como a prisão de Lula foi determinada pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), não caberia habeas corpus para um desembargador da própria corte, mas somente ao STJ, instância superior. Ainda segundo o procurador-geral em exercício, não é cabível a impugnação da decisão que mandou prender Lula "em habeas corpus contra o juízo de primeiro grau, que é mero executor de determinação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região".
"Nestes termos, o desembargador federal plantonista não possui atribuição para expedir ordem liminar em habeas corpus contra decisão colegiada da própria corte, eis que a competência para esse tipo de impugnação é do Superior Tribunal de Justiça", segue o procurador-geral em exercício na manifestação encaminhada ao STJ.
A manifestação de três páginas foi encaminhada ao mesmo tempo em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) vinha acompanhando da atuação do procurador regional da República José Osmar Pumes perante o TFR-4. O tribunal acolheu ontem os recursos do MPF e manteve a prisão do ex-presidente após as decisões conflitantes do desembargador Rogério Favreto, que estava de plantão, e do relator do processo, João Pedro Gebran Neto, que se manifestou após o juiz Sérgio Moro avisar a PF que a ordem de soltura não deveria ser cumprida.
Em nota divulgada nesta segunda-feira, a PGR informou que toda a movimentação processual envolvendo os desdobramentos do habeas corpus de Lula foi acompanhada "pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que manifestou preocupação em relação a medidas que possam colocar em risco a segurança jurídica e a legislação processual vigente, que define com clareza a competência judicial".
"O que fez o MPF (Ministério Público Federal) neste domingo, perante o TRF em Porto Alegre e no STJ, em Brasília, são provas de uma atuação que respeita as instâncias judiciais e defende o pleno funcionamento das instituições que compõem o nosso sistema de Justiça", enfatizou Raquel Dodge na nota.

Gebran ratifica prisão de petista e cancela possível investigação de Moro

Desembargador afirmou que não havia fato novo que justificasse soltura do petista

Desembargador afirmou que não havia fato novo que justificasse soltura do petista


SYLVIO SIRANGELO/TRF4/JC
Em nova decisão, publicada ontem, o desembargador João Pedro Gebran Neto confirmou sua ordem que manteve preso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e revogou a determinação do desembargador Rogério Favreto de enviar à corregedoria do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) o despacho do juiz Sérgio Moro pedindo a manutenção da prisão para investigação.
Neste domingo, após a primeira ordem de soltura, Moro enviou despacho afirmando que Favreto não tinha competência para soltar o ex-presidente e, portanto, iria aguardar o posicionamento do relator do caso, Gebran Neto.
Na terceira ordem de prisão, Favreto pediu para que a decisão fosse encaminhada à Corregedoria do TRF-4 e ao Conselho Nacional de Justiça para apuração de possível irregularidade. Na decisão desta segunda-feira, Gebran cancelou a movimentação.
"Ante o exposto, reafirmo o entendimento no sentido do indeferimento da medida liminar (evento 17) e revogo integralmente as decisões em plantão deferidas nestes autos, inclusive no tocante ao envio de comunicação peças à Corregedoria-Geral de Justiça da 4ª Região e ao Conselho Nacional de Justiça, porquanto flagrantemente prejudicadas em razão de deliberações posteriores", disse.
Gebran afirmou que não havia fato novo que justificasse um alvará de soltura do ex-presidente Lula. O desembargador federal citou que, como o tema já foi tratado pela 8ª Turma do tribunal, que inclui outros dois magistrados, nem sequer o próprio Gebran Neto, sozinho, poderia tomar uma decisão sobre a suspensão da execução da pena de Lula.

Por Lula, PT aposta em 'guerra de recursos' até agosto

O PT deve dar início a uma ofensiva jurídica a favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido quer aproveitar a confusão do habeas corpus do petista neste domingo para criar novos fatos políticos a favor do ex-presidente e reacender a militância em torno da defesa da candidatura petista. Segundo a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, a ideia é manter mobilizações até agosto, quando o PT pretende registrar a candidatura de Lula à presidência da República.
No âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), a sigla deve reforçar o pedido de julgamento de medidas que já tramitam e que pedem a suspensão da execução da pena antes do trânsito em julgado - quando não há mais recursos disponíveis. Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão em Curitiba pelo caso do triplex do Guarujá, mas ainda pode recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao STF.
Em outra frente, os deputados petistas Paulo Teixeira, Wadih Damous e Paulo Pimenta, que capitanearam o pedido de soltura de Lula no plantão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) neste domingo, devem entrar com uma reclamação no STJ para questionar a desobediência de ordem judicial por parte de Moro e Gebran.
No Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Moro deve ser alvo de nova representação de um grupo de juristas ligados ao PT.
Segundo o advogado Cristiano Zanin Martins, as estratégias paralelas não devem atrapalhar sua defesa. "Esse HC (habeas corpus) não foi impetrado pela defesa. Temos que aguardar os recursos que já foram apresentados e estamos esperando o julgamento no STJ e no STF. A defesa não participou nem participará diretamente no processamento do habeas corpus (dos deputados)", afirmou o advogado, após se reunir com Lula, em Curitiba.
Após uma reunião da cúpula do partido, em São Paulo, na tarde desta segunda-feira, Gleisi disse que o partido prepara atos políticos para mobilizar a militância na próxima sexta-feira e no dia 15 de agosto, data estipulada pela Justiça Eleitoral para o registro de candidatura. Ela também afirmou que o partido vai reforçar o abaixo assinado pela libertação do petista no País. Gleisi preferiu manter o discurso de que o partido não tem plano B para Lula e disse que, sem o petista, o País caminha rumo à instabilidade.