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Política

- Publicada em 27 de Junho de 2018 às 21:53

Rio Grande do Sul tem menos 'candidatas-laranja'

Lívia Araújo
Fenômeno comum nos anos de eleição, as chamadas "candidatas-laranja" - mulheres que têm candidaturas registradas para cumprir a cota de 30% dos partidos, mas não recebem nenhum voto - têm sido menos frequentes no Rio Grande do Sul. É o que indica um comparativo entre as eleições de 2012 e 2016, feito pelo Jornal do Comércio com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Fenômeno comum nos anos de eleição, as chamadas "candidatas-laranja" - mulheres que têm candidaturas registradas para cumprir a cota de 30% dos partidos, mas não recebem nenhum voto - têm sido menos frequentes no Rio Grande do Sul. É o que indica um comparativo entre as eleições de 2012 e 2016, feito pelo Jornal do Comércio com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Nas eleições municipais de 2012, das 8.443 mulheres que foram candidatas a vereadora, 4,87% delas (412) não receberam sequer o próprio voto. Já em 2016, 2,95% (255) das 8.619 candidatas às câmaras municipais do Estado receberam zero votos. Já a média nacional em 2016 foi desanimadora: 10,2% das 137.008 mulheres que se candidataram a vereadoras receberam zero votos.
É na comparação com as candidaturas masculinas, porém, que esses números ganham um destaque negativo. Em 2016, 1,44% das 17.003 candidaturas masculinas tiveram zero votos; em 2012, essa proporção era de 0,73%. Levando em conta apenas o universo de candidatos homens e mulheres com zero votos, embora a proporção tenha sido equilibrada em 2016, com 50,9% de mulheres e 49,1% de homens, em 2012 a desigualdade era flagrante: 76,5% das candidatas ficaram sem nenhum voto, contra 23,42% dos homens. 
De acordo com a advogada Elaine Harzheim Macedo, que foi a primeira presidente mulher do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) gaúcho, em 2013, essa evolução ocorreu mais porque "as mulheres estão cobrando mais a participação feminina" do que por ações de fiscalização e punição de partidos que burlam a cota de 30% de candidaturas femininas com o uso de "laranjas". "Algumas (mulheres) nem sabem que são candidatas, apenas assinam a ficha", conta.
Entretanto, segundo Elaine, "desde as eleições de 2012, passou a haver uma campanha maior, um conhecimento maior, e aos poucos vai havendo uma reação", crê. Para a advogada, esses sinais já poderão ser visíveis nas eleições gerais deste ano, já que, além da cota de candidaturas, também 30% dos recursos do Fundo Eleitoral e 30% do tempo de rádio e TV terão de ser obrigatoriamente destinados às campanhas de candidatas mulheres.
"A grande queixa das mulheres é de que, se não tem dinheiro, como vão fazer campanha? Sem recursos, é a mesma coisa que dizer 'eu não quero mulher na política'", alerta, e resume: "É claro que, na medida em que a gente passou a ter menos 'zero votos' em candidatas à vereança, já começa a se desenvolver uma certa consciência de inclusão. Mas a mudança tem que começar a ser sentida no bolso. Só no bolso é que se sente tudo".
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