Entidade com 91 anos de atuação voltada ao desenvolvimento da engenharia gaúcha, a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (Sergs), está iniciando o debate, entre a comunidade científica e empresarial do Estado, do crescente mercado de satélites de baixa órbita LEO (Low Earth Orbit). Os sistemas satelitais são classificados conforme a altitude de suas órbitas em GEO (Geoestacionários) posicionados numa órbita acima do Equador terrestre, numa altitude de 37mil km, MEO (Medium Earth Orbit) aqueles com órbita intermediária e finalmente os LEO (Low Earth Orbit) localizados a uma altura entre 100 km e 400 km. Como os MEO e LEO estão mais próximos da Terra, sua posição é variável com o tempo numa determinada órbita. Portanto, estes são constituídos por constelações, com grande número de artefatos se movendo a uma determinada velocidade em relação à superfície da terra.
Com o crescente desenvolvimento tecnológico e o surgimento de novas formas de lançamentos de satélites, inclusive com foguetes reutilizáveis, a engenharia espacial vem apresentando sistemas LEO muito inovadores, de baixo custo e de longa vida útil, os quais podem trazer vários benefícios à sociedade, tais como: um sistema de Internet que não depende de fios ou fibra óptica, sendo de extrema mobilidade em carros, ônibus, trens e aviões; um meio de melhorar as interligações de grande distância do sistema móvel 5G; uma maneira mais eficaz de rastrear objetos terrestres ou aéreos, sensores de plantas industriais (Indústria 4.0) e a Internet das Coisas (IoT); e ainda um eficiente sistema de sensoriamento para o agronegócio e mapeamento meteorológico de microclima.
Dando início ao debate deste relevante tema, a Sergs realizará nesta terça-feira, 12 de abril, em Porto Alegre, de forma virtual, um inédito evento que contará com a participação de expositores de renome nacional e internacional nestas áreas.
Serão discutidos os benefícios para a sociedade e os cuidados que devem ser tomados com relação ao licenciamento dessas constelações como o controle de rádio interferências com outros sistemas satelitais e com sistemas terrestres; o impacto do lixo espacial e os mecanismos mitigatórios a interferência nos sistemas terrestres de observação de objetos e meteoritos bem como na observação astronômica e a forma de minimização desses efeitos.
Diretor da Sociedade de Engenharia do RS