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Opinião

ARTIGO

- Publicada em 08 de Abril de 2022 às 14:58

Guerra na Ucrânia é o fim da globalização?

Recentemente, duas das vozes mais influentes de Wall Street, o CEO da BlackRock, Larry Fink, e o cofundador da Oaktree, Howard Marks, declararam que a guerra da Rússia com a Ucrânia pode significar o fim da globalização.
Recentemente, duas das vozes mais influentes de Wall Street, o CEO da BlackRock, Larry Fink, e o cofundador da Oaktree, Howard Marks, declararam que a guerra da Rússia com a Ucrânia pode significar o fim da globalização.
Além disso, o episódio recente que o mundo viveu no auge da pandemia, com a busca por respiradores produzidos na China, já havia criado um alvoroço sobre a necessidade das economias globais terem atenção em suas indústrias, alertando os países sobre o controle da produção de itens estratégicos nas economias vigentes e seus territórios.
Neste contexto, a guerra provoca, sobretudo no setor energético europeu, um incremento de custo e uma desordem considerável na relação oferta e demanda, pois impacta em dois atores frontais neste processo: a Rússia, o produtor, e a Europa, o grande consumidor, além da Ucrânia, outro protagonista deste episódio lamentável. 
 
No Brasil, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) já sinaliza que o País poderá viver um incremento econômico significativo com a retomada da fabricação de itens necessários à indústria. Atualmente, os mesmos são produzidos na sua grande maioria no Oriente e poderão voltar a ser fabricados no Brasil.
Na mesma linha, e dando um contorno mais catastrófico a tudo isso, o custo dos contêineres, fretes e seguros internacionais estão cada vez mais altos, o que potencializa esta possibilidade. Em 1990, quando escrevi o livro “Globalização: mitos e verdades”, manifestei que a globalização poderia significar o nivelamento das economias por baixo, considerando a tendência que se manifestava à época. O que acabou acontecendo com a grande concentração de clusters industriais, com o episódio Covid-19 e, agora, com Rússia e Ucrânia ajudando a acentuar a sinalização feita anos atrás.
A 'inglobalização' como alguns estão apregoando pode, sim, representar um novo ciclo. No entanto, parece contraditório com o episódio cada vez mais presente do fenômeno internet, ingresso do 5G no Brasil, entre outros fatores, que colocam as pessoas que tocam seus negócios num dilema: produzem em casa ou em algum destino mundial apenas por questão de custo? Enfim, durma-se com um barulho desse.
Advogado, consultor e empresário
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