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Opinião

Artigo

- Publicada em 08 de Abril de 2022 às 03:00

Nossa Casa, Nossa Saúde

Rafaela Zandavalli
Em entrevista ao Jornal do Comércio, na edição de 03/04/2022, a então presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Marjorie Kauffmann (PSDB) afirmou, peremptoriamente, que "O carvão não polui na hora que é extraído". Também que o processo da Mina Guaíba pode ser desarquivado. Considerando que o Dia Mundial da Saúde neste dia 7 de abril é sobre "Nosso Planeta, nossa Saúde", faz-se mais necessário, mais do que nunca, retificar de imediato o equívoco desta afirmação. De acordo com o EIA-Rima Copelmi do projeto Mina Guaíba, previsto para ser implantado a 16 km do Centro de Porto Alegre, ocorrerão três explosões por dia, que lançarão 416 kg/hora de material particulado poluente no ar, durante a extração de carvão mineral a céu aberto. Esta poluição do ar afetará a saúde dos habitantes locais e de toda a Região Metropolitana de Porto Alegre. As doenças respiratórias dos mineiros são conhecidas de todos, mas além disso, todo o entorno sofrerá com essa poluição. O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a poluição do ar é o "novo tabaco". O simples ato de respirar ar poluído está matando 7 milhões de pessoas por ano no mundo (dado da OMS).
Em entrevista ao Jornal do Comércio, na edição de 03/04/2022, a então presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Marjorie Kauffmann (PSDB) afirmou, peremptoriamente, que "O carvão não polui na hora que é extraído". Também que o processo da Mina Guaíba pode ser desarquivado. Considerando que o Dia Mundial da Saúde neste dia 7 de abril é sobre "Nosso Planeta, nossa Saúde", faz-se mais necessário, mais do que nunca, retificar de imediato o equívoco desta afirmação. De acordo com o EIA-Rima Copelmi do projeto Mina Guaíba, previsto para ser implantado a 16 km do Centro de Porto Alegre, ocorrerão três explosões por dia, que lançarão 416 kg/hora de material particulado poluente no ar, durante a extração de carvão mineral a céu aberto. Esta poluição do ar afetará a saúde dos habitantes locais e de toda a Região Metropolitana de Porto Alegre. As doenças respiratórias dos mineiros são conhecidas de todos, mas além disso, todo o entorno sofrerá com essa poluição. O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que a poluição do ar é o "novo tabaco". O simples ato de respirar ar poluído está matando 7 milhões de pessoas por ano no mundo (dado da OMS).
Somos um grupo de médicas e médicos do Estado do Rio Grande do Sul que estuda as doenças causadas pela poluição do ar e afirmamos que a poluição do ar mata. Porto Alegre e a região metropolitana, em dias de vento, receberão a poeira das explosões originadas na mina, resultando em aumento de pessoas nas emergências por múltiplas doenças agudas (arritmias cardíacas, infarto cardíaco, acidente vascular encefálico, asma), além das doenças crônicas de desenvolvimento lento. Além disso, há grande risco de poluição da água do rio Jacuí com metais pesados, caso haja inundações, afetando a água que supre as cidades de Porto Alegre e Guaíba.
Um significativo conjunto de sociedades científicas médicas de Cardiologia, Neurologia e Neurocirurgia, Pediatria, Medicina de Família e Comunidade, Saúde do Trabalhador, Genética, Bioética e Psiquiatria e a Associação Médica do Rio Grande do Sul, são favoráveis que se faça uma Avaliação de Impacto à Saúde, caso haja o desarquivamento desse processo do projeto da Mina Guaíba. A Avaliação de Impacto à Saúde é recomendação da OMS, mas ainda não está prevista na lei brasileira.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) solicita a imediata eliminação de todos os novos projetos de carvão, para acabar com esse "vício mortal". É espantoso que a máxima autoridade ambiental do RS mantenha esse discurso e a política de subsídios à extração de carvão. Os subsídios devem ir para o desenvolvimento de energias limpas e saudáveis.
Médica de Família e Comunidade, pneumologista e pediatra integrantes da rede Medicina em Alerta
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