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Opinião

- Publicada em 28 de Dezembro de 2021 às 20:27

Fazenda do Arado, meio ambiente e Porto Alegre

Vereador de Porto Alegre (PSB)
Vereador de Porto Alegre (PSB)
A Câmara Municipal de Porto Alegre, depois de longo período de intensos debates, aprovou, no último dia 20, o projeto de lei que altera o regime urbanístico da área de 426 hectares na zona sul da Capital, conhecida como Fazenda do Arado. O projeto autoriza a construção de um condomínio com a previsão de construção de mais de 2 mil residências naquele local. Naquela oportunidade, apresentei uma emenda (que foi reprovada) visando reduzir o impacto ambiental e a possibilidade de fruição da população no local, prevendo a preservação de uma faixa de no mínimo 60 metros de largura junto à orla do Guaíba para o acesso universal das pessoas.
Os vereadores que votaram contra o projeto, e me incluo entre eles, argumentaram a destruição do meio ambiente, uma vez que se trata de um tesouro natural, que a área é baixa, grande parte é de área de banhado, úmida e alagadiça, que serve de bacia de amortecimento de águas da chuva, evitando os alagamentos. Argumentaram também a existência de uma rica flora e fauna, além de povos indígenas convivendo no local. No outro lado, quem votou a favor do projeto de lei sustentou a tese de seu voto afirmando que a construção do condomínio vai trazer um grande desenvolvimento econômico à cidade, dentre outros, pela geração de empregos e renda decorrentes do empreendimento.
No meu ponto de vista, a construção de milhares de casas residenciais e comerciais em uma única área de terra, a médio e longo prazos, trará sem a menor dúvida prejuízos ao desenvolvimento econômico de nossa Capital. A perda a que me refiro diz respeito à dificuldade que as pessoas físicas e mesmo as pequenas e médias empresas terão, caso pretendam vender seus terrenos para enfrentamento de suas dificuldades financeiras ou por outros motivos. Isso sem contar problemas de infraestrutura e mobilidade urbana que surgirão com o grande acréscimo de unidades habitacionais de uma só vez.
Por outro lado, no mesmo sentido, com o projeto ficam prejudicados também uma grande quantidade de pequenos, médios e até grandes construtores de imóveis de nossa cidade que perderão a oportunidade de construção de 2.000 imóveis em locais diferentes de Porto Alegre.
A concentração de construção de grande quantidade de imóveis novos em um só lugar, sem dúvida, implicará em um freio ao futuro do desenvolvimento econômico de nossa Capital, cujos prejudicados também foram os proprietários de terrenos menores e os construtores civis.
 
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