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Opinião

- Publicada em 30 de Setembro de 2021 às 15:13

A pandemia nos humanizou

Em março de 2017, enquanto dava entrevista à rede de televisão BBC, o economista Robert Kelly foi surpreendido pelo aparecimento das suas filhas no escritório de sua casa em que estava ao vivo discutindo sobre o impeachment da presidente da Coréia do Sul. Além dele, várias pessoas no mundo inteiro se surpreenderam. O caso, acreditem, virou notícia em vários veículos de imprensa. Também pudera, até o início da pandemia, que trouxe o necessário distanciamento social, éramos configurados a uma vida profissional cinematográfica, onde tudo aquilo que fosse relacionado ao trabalho teria de estar em perfeita organização robótica.
Em março de 2017, enquanto dava entrevista à rede de televisão BBC, o economista Robert Kelly foi surpreendido pelo aparecimento das suas filhas no escritório de sua casa em que estava ao vivo discutindo sobre o impeachment da presidente da Coréia do Sul. Além dele, várias pessoas no mundo inteiro se surpreenderam. O caso, acreditem, virou notícia em vários veículos de imprensa. Também pudera, até o início da pandemia, que trouxe o necessário distanciamento social, éramos configurados a uma vida profissional cinematográfica, onde tudo aquilo que fosse relacionado ao trabalho teria de estar em perfeita organização robótica.
Alheio a isso, nossas questões pessoais teriam que ter hora certa para ocupar algum espaço na agenda cuja prioridade era preenchida pelas reuniões empresariais, conversas de negócios, audiências oficiais e cafezinhos formais com clientes. Tudo em uma sintética harmonia que foi totalmente embaralhada pela necessidade de todos ficarem em casa em razão da pandemia da Covid-19.
Dessa forma, 2020 quebrou paradigmas e nos trouxe de volta o humano que ainda habita em nós (ou pelo menos deveria ter sido assim). Os compromissos corporativos, antes realizados em ambiente formal, passaram a ser feitos pela internet diretamente de casa. Entretanto ela, a casa, continuou com sua mesma rotina familiar pré-pandemia. Crianças com aulas remotas passaram a exigir maior atenção dos pais diante de sua presença física, os afazeres domésticos se multiplicaram em razão do maior uso do ambiente íntimo e tudo aquilo que tinha uma plástica aparência ganhou um ar de vida real com transmissões feitas a partir do quarto, da cozinha, da sala e sujeitas a todo o tipo de surpresa.
Crianças invadindo lives deixou de ser notícia em 2020 e o comportamento de quem está ao vivo também deixou de ter o elemento da surpresa e até mesmo um certo de ar de inconveniência para ganhar o ar da normalidade da vida como ela é, mas que, por tempos, fizemos questão de deixar de lado. Um ano difícil e duro trouxe à tona também a nossa fragilidade e nossa falta de controle, enfim, lembrou nosso lado humano. Quem venham os novos tempos sem mais equilíbrio e menos dicotomias.
Advogado
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