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Opinião

- Publicada em 17 de Agosto de 2021 às 16:08

Como viver com este preço da gasolina

É difícil de entender como um trabalhador de classe média ou baixa consegue manter-se em atividade profissional com o preço do combustível. Se todas as cidades do Rio Grande do Sul tivessem um sistema de transporte público como o de Porto Alegre, reformulado por Olívio Dutra na época em que foi prefeito (de 1º de janeiro de 1989 a 1º de janeiro de 1993), seria tranquilo.
É difícil de entender como um trabalhador de classe média ou baixa consegue manter-se em atividade profissional com o preço do combustível. Se todas as cidades do Rio Grande do Sul tivessem um sistema de transporte público como o de Porto Alegre, reformulado por Olívio Dutra na época em que foi prefeito (de 1º de janeiro de 1989 a 1º de janeiro de 1993), seria tranquilo.
Quem conhece a Capital sabe que há ônibus quase de minuto a minuto na Avenida Farrapos em direção ao centro. Mas e quem mora em cidades do interior, como Santo Antônio da Patrulha ou qualquer outro dos 497 municípios do RS?
Para usar apenas o exemplo patrulhense (mas é provável que a maioria dos municípios gaúchos tenha uma realidade parecida), há três ou quatro ônibus por dia, claro que em horários de maior fluxo, em cada localidade em direção ao centro de Santo Antônio. Em outros bairros ou distritos, existe apenas um ônibus por dia para ir e voltar. Dessa forma, as pessoas se veem obrigadas a usar condução própria, como veículos de passeio, motos e até bicicletas.
Se um pai de família tiver de se deslocar ao trabalho pela manhã, retornar ao meio-dia, voltar à tarde e retornar à noite, pois se trata de um município pequeno, e essa realidade possibilita aos pais e filhos em geral almoçarem juntos -- o que dificilmente acontece em Porto Alegre -- ele deve gastar entre 600 e 800 reais por mês de gasolina, dependendo da distância entre sua residência e o emprego. Levando em consideração que o salário-mínimo está em 1.100 reais, como um trabalhador vai sobreviver, se ainda tiver de pagar aluguel, alimentação, vestuário, remédios etc.?
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro do Planejamento Tributário divulgada há alguns anos constatou 79% da população ativa nacional recebendo entre um e três salários-mínimos por mês. Com essa realidade, está complicado viver no País.
Um trabalhador empregado encontra dificuldades para manter sua família atualmente. Imaginem os sem empregos. O índice de desemprego hoje no Brasil está em 14,7%, conforme o IBGE. Mas na época de Lula/Dilma chegou a estar em 5,4% e na época do governo Dilma, quando o preço da gasolina subiu para 2,45 reais, todos acharam um absurdo. E agora que em Santo Antônio alguns postos de gasolina estão cobrando 6,50 reais? Agora está bom?
Graduado em Desenvolvimento Rural pela UFRGS e educador popular
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