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Opinião

- Publicada em 12 de Agosto de 2021 às 16:10

O nome do jogo

As Forças Armadas constituem uma das reservas morais da sociedade, merecidamente reconhecida pela população como reduto de excelência e honradez. Tanto é assim que há muitos anos figura em primeiro lugar no ranking das instituições mais confiáveis e respeitadas no País.
As Forças Armadas constituem uma das reservas morais da sociedade, merecidamente reconhecida pela população como reduto de excelência e honradez. Tanto é assim que há muitos anos figura em primeiro lugar no ranking das instituições mais confiáveis e respeitadas no País.
No início do governo Bolsonaro imaginava-se que o maciço preenchimento do aparelho estatal com quadros egressos das Forças Armadas, seria duplamente benéfica para o Brasil, tanto por levar um sopro de respeito à coisa pública depauperada pelos tantos anos de administrações criminosas, quanto por significar a contenção dos ímpetos autocráticos de um presidente que passou a sua vida parlamentar atacando personalidades políticas, instituições e a própria democracia.
No entanto, o que sucedeu foi que alguns oficiais outrora incensados por sua competência e senso de dever, parecem ter sido tragados por seus cargos, salários e privilégios, assumindo como prioridade não a prestação de serviço ou o bem-estar do povo, mas o projeto de reeleição em 2022.
Muitos dos militares que compõem o governo federal aprenderam rápido que no jogo da política, diferente dos princípios que orientam a função militar, o pragmatismo vale mais do que a honra e a obediência ao líder mais importante do que o cumprimento da Lei e da Constituição.
Depois que o coronavírus chegou ao Brasil, a população contava que os militares lotados no primeiro escalão pressionaram o governo a seguir as recomendações científicas, a criar barreiras sanitárias, a adquirir vacinas e a auxiliar os necessitados. O que se viu, contudo, foram suspeitas de que um general se vacinou escondido (para não desagradar ao chefe), de um outro que compactuou com a produção de relatórios indevidos (para ajudar o filho do chefe) e de um outro, ainda, que promoveu tratamento ineficaz e que mentiu numa comissão parlamentar de inquérito (para preservar a si e ao chefe das acusações de negacionismo e omissão de socorro). Enquanto o mundo observa o Brasil completar meio milhão de vítimas da Covid-19, os brasileiros não podem deixar de lamentar que muitas dessas perdas poderiam ser evitadas se as autoridades constituídas não banalizassem o mal e a morte.
Advogado
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