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Opinião

- Publicada em 09 de Agosto de 2021 às 15:41

Efeitos positivos dos Compromissos ESG

Milton Friedman afirmava que a economia de mercado é a que mais se adapta à democracia. Para ele, a “mão invisível”, genial conceito criado por Adam Smith, autorregularia o mercado com melhores resultados do que instituições estatais de repressão, além de preservar liberdades individuais.
Milton Friedman afirmava que a economia de mercado é a que mais se adapta à democracia. Para ele, a “mão invisível”, genial conceito criado por Adam Smith, autorregularia o mercado com melhores resultados do que instituições estatais de repressão, além de preservar liberdades individuais.
A recente preocupação corporativa com ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, comprova essa assertiva. Em apertada síntese, trata-se de critério para avaliar o comprometimento empresarial com a preservação ambiental; responsabilidade social; e boas práticas de governança administrativa. É preciso atuar nestas três frentes de forma simultânea e verdadeira. Afinal, a multiplicidade de informações disponíveis torna relativamente simples distinguir empresas efetivamente comprometidas com ESG daquelas que praticam "greenwashing'', ou seja, mera maquiagem publicitária.
Contrariando o que se poderia pensar à primeira vista, tais compromissos não se contrapõem à lucratividade, ao revés, são instrumentos eficazes para alcançá-la.
Ora, sem atender critérios mínimos de ESG hoje é praticamente impossível atrair investimentos externos. Isto porque, bilionários que precisariam de algumas gerações para dilapidar seu patrimônio e gestores de fundos de investimento internacionais não estão dispostos a se relacionar com empreendimentos incorretos do ponto de vista ético, social, ambiental e corporativo. Mesmo os bilionários seguem investindo na busca de lucros, mas não a qualquer custo. Além da atração de investimentos, bons índices de ESG agregam valor ao produto.
Parcela considerável dos consumidores paga mais para não sujar suas mãos, por exemplo, com a exploração do trabalho degradante, escravo ou infantil. Finalmente, em geral as empresas que atuam mediante compromissos ambientais e sociais têm a equipe mais qualificada, pois especialmente entre os mais jovens o interesse não está propriamente no salário, mas nos propósitos para quem se trabalha.
Ao fim e ao cabo, nota-se que a lucratividade como objetivo se mantém, o que é natural no sistema capitalista. Entretanto, o resultado final de uma governança ética, social e ambientalmente responsável acaba por gerar uma sociedade mais solidária e justa, resultado perseguido e dificilmente alcançado pelas instituições estatais de repressão. De fato, Friedman e Smith tinham razão.
Advogado
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