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Opinião

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2021 às 16:36

Qual o futuro do legado de Benedito Saldanha?

No último dia 16, o escritor Benedito Saldanha estaria completando 53 anos. Morto por Covid 19 no ano passado, 23 pessoas assinalaram a passagem da data na sua página nas redes sociais. Saldanha foi mais um servidor público que se destacou na área cultural. Suas "escapadas" do serviço eram sua verdadeira forma de prestar serviços públicos para a cidade: sempre com o apoio de seus superiores, ora era um contato que era preciso fazer para um evento, uma visita a uma entidade para uma parceria ou o acerto com um palestrante. Saldanha não era destes servidores públicos que saia do serviço para levar um cão para passear ou para fazer a reforma da casa de um parente de deputado: quando ele precisava sair do serviço, após cumprir suas obrigações, era por poucos momentos para produzir cultura porto-alegrense.
No último dia 16, o escritor Benedito Saldanha estaria completando 53 anos. Morto por Covid 19 no ano passado, 23 pessoas assinalaram a passagem da data na sua página nas redes sociais. Saldanha foi mais um servidor público que se destacou na área cultural. Suas "escapadas" do serviço eram sua verdadeira forma de prestar serviços públicos para a cidade: sempre com o apoio de seus superiores, ora era um contato que era preciso fazer para um evento, uma visita a uma entidade para uma parceria ou o acerto com um palestrante. Saldanha não era destes servidores públicos que saia do serviço para levar um cão para passear ou para fazer a reforma da casa de um parente de deputado: quando ele precisava sair do serviço, após cumprir suas obrigações, era por poucos momentos para produzir cultura porto-alegrense.
É preciso reconhecer que o serviço público ajudou a formar parte de nossos melhores escritores. O primeiro e mais conhecido é Machado de Assis, o maior autor da literatura nacional que foi servidor público por quarenta anos, de tipógrafo da Imprensa Nacional à diretor do Ministério da Aviação. O segundo deles foi José de Alencar, que foi inclusive, Ministro da Justiça e o terceiro foi ninguém menos que Carlos Drummond de Andrade que, como funcionário público, chegou em 1934 a ser nomeado assessor do ministro da Educação. E teve ainda Murilo Rubião, Euclides da Cunha, Lima Barreto entre outros. Algum destes deixou de fazer suas obrigações enquanto escrevia? É claro que não! O servidor público que, além de suas obrigações, produz cultura é um servidor especial que precisa ser valorizado.
Benedito Saldanha pertence a esta geração de servidores públicos escritores, alguns mais famosos, outros menos, que ficou conhecido pela literatura propriamente dita que produziu em poesia e pela história da literatura gaúcha e porto-alegrense da qual foi pesquisador. Seus estudos sobre personagens históricos porto-alegrenses como Luciana de Abreu ou Caldre Fião e suas obras de história contemporânea da comunicação como As Radialistas e seu Grandes Momentos do Rádio Gaúcho são de alcance local, mas não menos importantes. As questões que restam de seu legado são: onde estarão os escritos de Benedito Saldanha? Quem os organizará? Como ficará o Partenon Literário sem sua presença?
Doutor em Educação/UFRGS
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