Ao gerenciar um estabelecimento centenário, sou confrontado diariamente com o peso e a responsabilidade que são intrínsecos à tradição. No entanto, também percebo a necessidade de buscar inovação para permanecer relevante em um cenário cada vez mais competitivo. Nesse sentido, fica claro que é preciso refletir sobre o paradoxo que existe entre tradição e mudança.
Quem se arrisca a empreender há de convir comigo que, independente do segmento em que atuam, os negócios triunfantes estão atentos às tendências e procuram incansavelmente fortalecer o relacionamento com seu público. O mundo está diferente e a forma de fazer negócios também. Não é mais possível ficar estacionado, esperando; é preciso pensar, crescer e olhar além.
Mudar é a diferença entre fechar ou não fechar. Entre continuar ou parar, especialmente nos tempos difíceis que temos vivido. A pandemia da Covid-19 desencadeou uma série de adaptações e transformações que até então eram preteríveis. Entendo que se arriscar em novas empreitadas gere insegurança, mas essa inovação "forçada" talvez seja o que faltava para que seu empreendimento ou carreira deslanchem.
O novo é desafiador e empolgante. Aqui no Gambrinus, apesar de toda a tradição, não paramos de inovar e nem somos resistentes às transformações. Estamos cada vez mais ativos no universo digital, presentes nas redes sociais e também nas plataformas de delivery. Estamos indo onde o cliente está, fortalecendo nosso relacionamento com essas pessoas e entendendo o novo momento da sociedade.
Nesse processo de atualização também existem aqueles que se deslumbram e esquecem de suas origens, o conselho aqui é para que não percam sua essência. A tradição é bela, assim como a mudança. A existência de uma não exclui a existência da outra. O nosso desafio é viver nesse paradoxo entre elas, fazendo com ele aquilo que de melhor pudermos.
Proprietário do Restaurante Gambrinus