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Opinião

- Publicada em 05 de Janeiro de 2021 às 03:00

Economistas e médicos

Intelectuais em geral não gostam e não entendem de temas econômicos. E entre economistas, raros são homens de letras, música e artes plásticas. Já ouvi, conhecido escritor afirmar que não acredita em economistas que não leem Borges ou que não gostem das suítes de Bach e de um luminoso quadro de Turner. Pois John Maynard Keynes era um raro economista interessado nas artes. Nas especiais circunstâncias de sua vida nunca foi um cidadão convencional em qualquer tema ou atitudes que tomou. Foi um cavalheiro inglês da burguesia ilustrada na era vitoriana. Foi decisiva sua adesão ao grupo Bloomsbury junto com Virginia Woolf e outros intelectuais. Estes não somente renovaram a arte e a literatura como desafiaram certos hábitos da Inglaterra puritana do início do século vinte. Keynes disse que: "Os principais objetivos da vida são o amor, a beleza, a criatividade, o gozo estético e a busca do conhecimento".
Intelectuais em geral não gostam e não entendem de temas econômicos. E entre economistas, raros são homens de letras, música e artes plásticas. Já ouvi, conhecido escritor afirmar que não acredita em economistas que não leem Borges ou que não gostem das suítes de Bach e de um luminoso quadro de Turner. Pois John Maynard Keynes era um raro economista interessado nas artes. Nas especiais circunstâncias de sua vida nunca foi um cidadão convencional em qualquer tema ou atitudes que tomou. Foi um cavalheiro inglês da burguesia ilustrada na era vitoriana. Foi decisiva sua adesão ao grupo Bloomsbury junto com Virginia Woolf e outros intelectuais. Estes não somente renovaram a arte e a literatura como desafiaram certos hábitos da Inglaterra puritana do início do século vinte. Keynes disse que: "Os principais objetivos da vida são o amor, a beleza, a criatividade, o gozo estético e a busca do conhecimento".
O grupo Bloomsbury praticava uma sexualidade heterodoxa e Keynes escandalizou a sociedade britânica ao se casar com uma bailarina dos balês russos e mantinha relações sexuais com amigos do mundo artístico. Introduziu no programa do Partido Liberal as reivindicações de igualdade das mulheres e as questões sexuais, incluindo o reconhecimento da homossexualidade. Virgínia Wolf, musa do grupo, escreveu em seu diário que "O sexo impregnava nossas conversações. Analisávamos as relações sexuais com os mesmos entusiasmo e franqueza com que discutíamos a natureza do bem".
Em 1931, Keynes disse que "A situação das mulheres e o projeto do salário família (sic) afetam a situação das que não têm trabalho e a questão de se a elas deve ser aplicada a lei da oferta e da procura". Quanto à moral sexual e social afirmou: "Repudiamos totalmente a moral em uso, as convenções e o saber tradicional. No sentido rigoroso da palavra nos convertemos em imoralistas". Sobre economia disse: "A economia deve ser somente um meio para criar as condições nas quais a maioria dos homens podem dedicar seu tempo à cultura e às artes. O problema político da humanidade é combinar três coisas: a eficiência econômica, a justiça social e a liberdade individual".
Enfim, assim como um economista ao adoecer procura um médico de sua confiança, um médico ao procurar soluções e explicações dos graves problemas socioeconômicos mundiais deve procurar um economista de sua confiança. Eu preferiria consultar três deles. Poderiam ser, Marx, Keynes e Piketty. E se houver divergências, optaria por Michel Polanyi.
Médico, membro da Academia Rio-Grandense de Letras
 
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