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Opinião

- Publicada em 22 de Dezembro de 2020 às 03:00

Os olhos fechados dos gaúchos para ferrovias

Estudo recente revelou que o custo para transportar uma carga de soja por 500 quilômetros de rodovias é de R$ 101 por tonelada. Já o mesmo percurso por ferrovia teria o custo de R$ 57. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul parece manter os olhos ainda mais fechados para os benefícios de escoar sua produção pelos trilhos.
Estudo recente revelou que o custo para transportar uma carga de soja por 500 quilômetros de rodovias é de R$ 101 por tonelada. Já o mesmo percurso por ferrovia teria o custo de R$ 57. Mesmo assim, o Rio Grande do Sul parece manter os olhos ainda mais fechados para os benefícios de escoar sua produção pelos trilhos.
No excelente Anuário de Investimentos publicado pelo Jornal do Comércio na última segunda-feira (07), não há registro de recursos aplicados na melhoria das ferrovias gaúchas. E não pense que foi um erro do jornal. Não há o registro porque a empresa que obtém a concessão não realiza investimentos. Nos últimos 20 anos no RS, passamos de 3.282 quilômetros de linha rodante no início da concessão para cerca de 1.900 quilômetros. Mas, de fato, são aproximadamente 900 quilômetros em operação efetiva.
Recentemente, o governo de São Paulo anunciou a prorrogação do contrato de concessão com a Rumo e um aporte de R$ 6 bilhões na malha ferroviária. A modernização das ferrovias paulistas vai beneficiar 72 municípios. A Rumo também opera a malha gaúcha e o acordo realizado em São Paulo é o caminho que devemos trilhar aqui.
Mas qual o motivo do Rio Grande do Sul ainda não ser contemplado? A resposta é a falta de interesse dos setores produtivos em fazer uma articulação coletiva para pleitear um cronograma de investimentos. Garanto que não é falta de projetos. Cito alguns como necessários: a melhoria do contorno de Cruz Alta, o acesso ao porto de Rio Grande, a melhoria do material rodante, a questão do município de Estrela, o ramal de ligação de Caxias do Sul são obras que diminuiriam o custo logístico e aliviariam a pressão nas rodovias.
Precisamos imediatamente elaborar estudo técnico e jurídico para embasar as negociações e abrir caminho para obtenção dos investimentos necessários. Além disso, é fundamental estabelecer uma agenda com a ANTT, EPL, TCU e MPF e organizar uma Frente de Prefeitos e da Assembleia Legislativa para acolher os setores econômicos e representativos como cooperativas, sindicatos, federações, entre outros. Não podemos ficar de braços cruzados e olhos fechados para algo tão importante da nossa economia. O Rio Grande do Sul precisa estabelecer demandas consensuais. Não há dúvida que investir na malha ferroviária deve estar no topo da lista dessas demandas.
Advogado e consultor de PPPs
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