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Opinião

- Publicada em 17 de Dezembro de 2020 às 03:00

Pampa: a casa comum dos gaúchos

Bioma é onde a vida animal e vegetal se manifesta de uma forma comum, em uma determinada extensão geográfica, formando o que chamamos de biodiversidade. Um dos seis biomas nacionais, o Pampa, é onde o povo gaúcho vive, desenvolve-se, tira seu sustento, descansa e cresce, afinal ele ocupa 2/3 do território do Rio Grande do Sul. Mesmo que na Constituição o Pampa não tenha sido inscrito como Patrimônio Nacional, e para muitos brasileiros seja um território distante, ele está na origem do modo de vida pampeano. O Pampa cunhou quem somos, e dele não podemos nos desgarrar.
Bioma é onde a vida animal e vegetal se manifesta de uma forma comum, em uma determinada extensão geográfica, formando o que chamamos de biodiversidade. Um dos seis biomas nacionais, o Pampa, é onde o povo gaúcho vive, desenvolve-se, tira seu sustento, descansa e cresce, afinal ele ocupa 2/3 do território do Rio Grande do Sul. Mesmo que na Constituição o Pampa não tenha sido inscrito como Patrimônio Nacional, e para muitos brasileiros seja um território distante, ele está na origem do modo de vida pampeano. O Pampa cunhou quem somos, e dele não podemos nos desgarrar.
Se José Lutzenberger, ambientalista porto-alegrense nascido num dia 17 de dezembro, homenageado na escolha da data nacional do Pampa, soubesse o que 2020 reservou, veria que suas lutas perduram. O ano carrega o triste registro histórico de queimadas, que no Pampa quintuplicaram em comparação a 2019. Até setembro, a área afetada totalizava o equivalente a doze cidades de Porto Alegre. A presença do fenômeno La Niña aprofunda o problema, que deve afetar estes pagos até meados de 2021, com a estiagem castigando nossos campos e rios.
O processo acelerado de arenização muda a paisagem de nosso Estado. Intervenções, sem os cuidados exigidos, também disseminam preocupação em atividades tão essenciais e características de nossa cultura como a produção de frutíferas e os vinhedos, que vêm sendo afetadas por um fenômeno decorrente da ação humana, a deriva. O mesmo ser humano que, na contramão das vocações naturais, paisagísticas e culturais dos pampas, almeja nele implantar grandes projetos altamente impactantes, fechando os olhos para a nova economia verde.
Chegou o tempo de adotarmos políticas que garantam, no nosso Pampa, que todas as atividades possam coexistir, sem que uma impeça a permanência de outra. As escolhas do que fazemos com o nosso território não podem retirar o direito dos demais de usufruir das riquezas que recebemos da natureza e a garantia das futuras gerações de continuarem vivendo da nossa terra, nossa casa comum.
O ano foi marcado a ferro e fogo: pela pandemia do coronavírus e pelo desmatamento. Mas o Pampa pede passagem, deixa as chamas apenas para o mate e o churrasco, e clama aos gaúchos de suas coxilhas, que priorizem o uso sustentável de sua rica vegetação natural e paisagem singular, e valorizem nossa identidade regional.
Advogada, presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB/RS
 
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