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Opinião

- Publicada em 04 de Dezembro de 2020 às 03:00

Black Friday e a hipertransparência

Nos Estados Unidos, a Black Friday surgiu como uma venda de saldos para esgotar os estoques em um único dia de novembro, e preparar o varejo para as compras de Natal. Em sua evolução, as promoções se estendem por até semanas e combinam tanto estoques, quanto lançamentos de Natal.
Nos Estados Unidos, a Black Friday surgiu como uma venda de saldos para esgotar os estoques em um único dia de novembro, e preparar o varejo para as compras de Natal. Em sua evolução, as promoções se estendem por até semanas e combinam tanto estoques, quanto lançamentos de Natal.
Foi neste formato que a Black Friday chegou ao Brasil. Não entender a natureza de venda de estoques explica parte da frustração dos brasileiros diante da falta de lançamentos com super descontos. Mas há uma parcela de responsabilidade dos lojistas na descrença geral que leva a chamarem a data de "Black fraude".
Quando campanhas publicitárias prometem descontos de 80% em toda loja e o consumidor só encontra isso em fraldas e sabão líquido, o sonho vira pesadelo e irritação com a rede. Além disso, os consumidores passaram a monitorar os preços e, descobriram que nas semanas que antecedem a BF, ocorre um aumento generalizado. O desconto anunciado, muitas vezes, só faz o valor ficar no patamar anterior. Daí o meme "pela metade do dobro". Na lista dos 10 campeões de reclamações da Black Friday de 2020, divulgada pelo Reclame Aqui, estão alguns dos maiores varejistas do Brasil. Alguém poderia justificar que é natural pelo tamanho da operação, mas o site "Escorrega o preço", lançado neste ano, evidencia um padrão sofisticado de aumento de preços antes da Black Friday. Alguns sobem em curva, mas outros ocorrem na véspera e, em média, os preços são anunciados dentro da Black Friday com aumento real de 20% a 50%. Infelizmente, a prática é constatada entre marcas confiáveis do varejo nacional.
Em um ano de dólar em alta e estoques em baixa por causa da pandemia, é difícil para o varejo fazer uma grande promoção, mas aí tem uma oportunidade não percebida em usar a transparência a seu favor. O consumidor não quer ser tratado como boneco biruta de posto de gasolina. Entre uma promessa de 80% falsa e uma de 40% real, ele ficaria satisfeito com a segunda.
As redes sociais, os mecanismos de busca e plataformas como o "Reclame Aqui", "Escorrega o preço", "Pelando", "Buscapé', entre tantos outros, vieram para ficar. São um fenômeno do que chamamos de hipertransparência e protegem o consumidor contra a desinformação e má fé.
Na dúvida, seja honesto! Ninguém espera perfeição, de acordo com a equipe do Reclame Aqui, o "consumidor é capaz de entender uma falha da empresa, mas não a indiferença". Uma relação mais transparente gera reputação positiva para a marca, o contrário também é verdadeiro.
Consultora ESG
 
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