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Opinião

- Publicada em 20 de Novembro de 2020 às 03:00

Consciência negra X humana

No dia em que se comemora a sobrevivência de um povo sobre um projeto de escravidão, dominação e extermínio, somos ainda questionados sobre a necessidade de consciência negra. A data remete à morte do líder negro Zumbi dos Palmares e marca um momento de assumir novas posturas e expansão de múltiplas consciências. A Consciência Negra é uma delas. O primeiro estágio da consciência é sair da negação para a aceitação de que vivemos numa sociedade desigual e que não oferece as mesmas oportunidades para todos.
No dia em que se comemora a sobrevivência de um povo sobre um projeto de escravidão, dominação e extermínio, somos ainda questionados sobre a necessidade de consciência negra. A data remete à morte do líder negro Zumbi dos Palmares e marca um momento de assumir novas posturas e expansão de múltiplas consciências. A Consciência Negra é uma delas. O primeiro estágio da consciência é sair da negação para a aceitação de que vivemos numa sociedade desigual e que não oferece as mesmas oportunidades para todos.
Claro que também existem preconceitos de gênero, opção sexual, religiosa, deficiência física e todos estão buscando melhores oportunidades. O ativismo negro não exclui os demais, pelo contrário, abre espaço para mais inclusão na sociedade.
Você já assistiu uma corrida com barreiras? Prestou atenção no nível de esforço que um corredor precisa impor para percorrer os metros de distância entre a largada e a linha de chegada? Imagine a mesma distância sendo percorrida sem os obstáculos: o corredor percorre a mesma distância em menor tempo e com menos desgaste.
Em um mundo no qual uns foram criados para ser e outros para não ser, sair de um polo para o outro é possível, mas vai consumir energia e ao atravessar a linha de chegada você percebe que a vitória é real, entretanto precisou empreender o dobro de esforço para obter metade dos benefícios. Ao seu lado encontram-se muitos vencedores que disputaram outra prova, com a mesma distância, porém a corrida deles era diferente, não havia o obstáculo da cor. Eles são talentosos, você os admira, estão nas revistas, na televisão, nas telas do cinema, têm sobrenomes pomposos, inglês fluente, ótimos currículos, passagem por empresas globais, empresas das próprias famílias, estudam nas melhores universidades, intercâmbios no exterior e a tudo isso chamam Meritocracia.
Portanto, se desejamos de fato uma sociedade diversa, devemos acelerar a promoção de ações afirmativas, adotando fórmulas eficientes de derrubar barreiras estruturais que impedem pessoas talentosas de competir em igualdade de condições e que vivem cansadas da hipocrisia de uma sociedade míope, que prefere fazer de conta que nada está acontecendo, reproduzindo o discurso de que consciência negra e consciência humana são sinônimos. A verdadeira consciência consiste em protagonizar a inovação.
Presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul
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