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Opinião

- Publicada em 21 de Setembro de 2020 às 03:00

Segurança alimentar global e o RS

Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), cerca de 17% da humanidade depende exclusivamente do comércio internacional para se alimentar e evitar a fome. Para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a insegurança alimentar seria a "ausência de um acesso permanente aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável".
Segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC), cerca de 17% da humanidade depende exclusivamente do comércio internacional para se alimentar e evitar a fome. Para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a insegurança alimentar seria a "ausência de um acesso permanente aos alimentos necessários para uma vida ativa e saudável".
A decorrente tentativa em se criar uma governança global alimentar surgiu no pós-Segunda Guerra, com a criação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Desde então, a insegurança alimentar passou a ser, cada vez mais, um relevante indicador geopolítico no tabuleiro das relações internacionais. Nesse contexto, é que surgiu o Índice Global de Segurança Alimentar (GFSI), organizado pela Unidade de Inteligência da prestigiada revista The Economist, cuja última edição é de dezembro de 2019.
O índice mensura três dimensões, em 113 países: 1) da acessibilidade, que congrega questões como o poder de compra, da vulnerabilidade ao choque de preços e dos programas de reação quando os choques ocorrem; 2) da disponibilidade, que analisa a capacidade nacional de suprir, do risco de desabastecimento e do investimento em pesquisa; 3) da qualidade e segurança, que reúne a variedade nutricional e a segurança do alimento.
Dos 113 países analisados, o Brasil pontua em 39º. Os países com menor risco de insegurança alimentar são: Singapura em 1º, Irlanda em 2º e EUA em 3º. Entre os principais desafios brasileiros (que se estendem ao Rio Grande do Sul) apontados pelo índice, tomam destaque o PIB per capita baixo, a carência de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e a infraestrutura.
Na geopolítica dos alimentos, as exportações do Rio Grande do Sul despontam com a soja, que representa 27% dos envios, neste ano. O arroz fica com 4% (com destaque ao Peru). A interação do Rio Grande do Sul com o Mercosul é baixa, cerca de 10% das exportações. A concentração maior é com a China (35%), que pontua no GSFI em 35º.
Em que pese a posição relativamente segura do Rio Grande do Sul com seus parceiros, no geral, os municípios gaúchos, por seu turno, deveriam aprofundar, caso a caso, os contornos geopolíticos do agronegócio. Pelotas, uma de nossas locomotivas do arroz, por exemplo, possui alta concentração de suas exportações para Cuba (30%). Vale salientar que Cuba, pela insegurança alimentar e instabilidade política, não chega nem a pontuar no GSFI.
Consultor de Relações Internacionais
 
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