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Opinião

- Publicada em 03 de Agosto de 2020 às 03:00

Construir outro porto?

A ideia de construir um porto perto de Torres e o vulto de tal empreendimento exigem que, antes de decisões precipitadas, se analise a economia do Estado como um todo e se aproveite o que já existe.
A ideia de construir um porto perto de Torres e o vulto de tal empreendimento exigem que, antes de decisões precipitadas, se analise a economia do Estado como um todo e se aproveite o que já existe.
Segundo a Marinha do Brasil, aquele teria que ser implantado a 1.800 metros da costa, para permitir a atracação de navios gigantes, como argumentam os proponentes. Só isso já mostra o faraônico investimento exigido para construir, em mar aberto, bases sólidas para guindastes, molhes de proteção, rodovias e ferrovias para ligá-lo ao continente, tanques de combustíveis para abastecer os navios, silos e armazéns, estacionamentos, prédios para a administração, Receita Federal do Brasil (RFB), Fazenda Estadual, inspeção sanitária, bombeiros, moradias, etc. Os cofres públicos teriam que custear vias de acesso e pontes para ligação aos pontos de origem e de destino, inclusive para aquelas cruzarem a Estrada do Mar, a BR-101, etc.
Ora, Rio Grande já tem infraestrutura e instalações milionárias ociosas, como o maior dique seco da América do Sul, para reparo e construção de navios, estaleiros novos, abandonados desde que a Petrobras cancelou as encomendas de mais plataformas, desempregando 20 mil profissionais, treinados para esses serviços. A comunidade também investiu em construções e ampliações para alojar e alimentar tais trabalhadores.
Ademais, novos e vultosos investimentos foram anunciados há pouco, a duplicação da BR-116 facilitará o acesso ao mesmo, faltando apenas melhorar a logística, através de hidrovias que alcancem os principais pontos produtores, e assim mais rapidamente reduzir o "Custo Brasil". O novo porto prejudicaria ambos, devido à divisão das cargas, causaria danos ambientais e enfrentaria dificuldades de acostamento, face às ressacas que atingem a região, enquanto o de Rio Grande situa-se num abrigo natural, comentando-se que até poderá vir a substituir, em parte, o de Buenos Aires, face ao elevado assoreamento que atinge este.
Advogado, auditor Fiscal aposentado, assessor do prefeito de Rio Grande (1969/1973)
 
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