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Opinião

- Publicada em 29 de Julho de 2020 às 15:39

Na pandemia, idosos lutam contra o vírus e o desemprego

Mônica Riffel
A pandemia da Covid-19 afetou quase todos os aspectos do novo cotidiano — e ainda revelou problemas antes desconhecidos por grande parte. A população idosa é uma das mais afetadas por todas essas mudanças e disparidades reveladas, e aprofundadas, pela crise. De acordo com dados de 2018 do IBGE, mais de 10% da população brasileira tinha 65 anos ou mais. Idosos também são pessoas de referência ou chefes de família de 19,3% dos domicílios do país. Esse dado torna-se ainda mais importante quando levamos em conta o quão desproporcionalmente eles estão sendo afetados pelo coronavírus.
A pandemia da Covid-19 afetou quase todos os aspectos do novo cotidiano — e ainda revelou problemas antes desconhecidos por grande parte. A população idosa é uma das mais afetadas por todas essas mudanças e disparidades reveladas, e aprofundadas, pela crise. De acordo com dados de 2018 do IBGE, mais de 10% da população brasileira tinha 65 anos ou mais. Idosos também são pessoas de referência ou chefes de família de 19,3% dos domicílios do país. Esse dado torna-se ainda mais importante quando levamos em conta o quão desproporcionalmente eles estão sendo afetados pelo coronavírus.
Números da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia apontam que o número total de pedidos de seguro-desemprego já ultrapassou a marca dos três milhões no primeiro semestre de 2020. Estimativas da WeAge, LABORe e Laboratório do Futuro da COPPE/UFRJ calculam que 13% dos trabalhadores com 65 anos ou mais devem ser demitidos. Daqueles na faixa dos 50 a 64 anos, 14% deverá perder o emprego por causa da crise.
Algumas dessas hipóteses estão baseadas em duas questões importantes: adaptação à tecnologia e riscos de saúde. O primeiro problema, de acordo com a WeAge, necessita tempo, estratégia e estrutura. Porém, é possível. Afinal, a questão da saúde não pode ser deixada de lado. Uma pesquisa do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas sugere que a letalidade da Covid-19 entre pessoas com 80 anos ou mais é 13 vezes maior que entre aqueles com 50 a 55 anos. No Rio Grande do Sul, a Secretaria de Saúde registra 892 óbitos de pessoas com 60 anos ou mais, em torno de 78% do total. Por isso, em muitos casos, é perigoso exigir que funcionários idosos voltem ao trabalho presencial em um futuro próximo.
No entanto, talvez o maior desafio seja o preconceito que tem ficado ainda mais explícito frente às dificuldades enfrentadas pelos brasileiros idosos durante a crise. Demitir trabalhadores qualificados porque eles têm menos familiaridade com a tecnologia não é solução. Fazer brincadeiras sobre idosos que não respeitam o isolamento muito menos. Milhares de brasileiros dependem da mão de obra desses profissionais, e a economia também se fortalece com suas contribuições. Nosso trabalho é apoiar a população idosa mais do que nunca neste momento de pandemia, e criar mais razões para ela se preocupar.
CEO do MaturiLAB
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