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Opinião

- Publicada em 24 de Julho de 2020 às 14:37

Os críticos de Maria

É fácil defender Maria quando ela é funcionária de uma loja de roupas. Quando é demitida e, com sua rescisão, compra meia dúzia de roupas e sai vendendo por aí, ela ainda é admirada. Quando se arrisca mais e abre a própria loja na garagem de casa, ela é uma guerreira.
É fácil defender Maria quando ela é funcionária de uma loja de roupas. Quando é demitida e, com sua rescisão, compra meia dúzia de roupas e sai vendendo por aí, ela ainda é admirada. Quando se arrisca mais e abre a própria loja na garagem de casa, ela é uma guerreira.
Quando as coisas vão bem, Maria pega um empréstimo, muda-se para o centro e contrata funcionários. Maria abre mão de ganhos pessoais até atingir o ponto de equilíbrio e, quando finalmente começa a lucrar, ela já é vista como opressora pelos seus críticos. Os abismos na distribuição de renda são considerados sua culpa – como se o desemprego fosse melhor que o emprego para atenuar esses abismos. Como se não fosse, por lógica, necessário produzir riqueza antes de distribuir. Como se fosse melhor Maria fazer menos, já que nem todos podem fazer tanto.
Digamos que a loja de Maria vire uma grande rede nacional, graças à sua maestria em atender o consumidor e gerir o negócio. Dirão que ela é uma exploradora megalomaníaca. Seus críticos chamam de cultura espontânea quando o rapper faz rimas sobre vencer na vida e curtir os frutos do trabalho. Mas Maria é imoral. Afinal, cultura espontânea é só aquela que lhes agrada.
Se algum dia, então, um dos incontáveis riscos do negócio se concretizar e a empresa de Maria falir (mesmo tendo garantido renda a centenas de funcionários durante anos), será bem feito para ela. Não deveria ter arriscado tanto. Seus críticos não percebem que o risco (assim como a boa performance) é pré-requisito para crescer – e que a pessoa que evitou todos os riscos ficou parada.
Ela é criticada, mas é a mesma Maria que antes atendia na loja do patrão. Os seus críticos são aqueles que ignoram a importância de Maria, em todos os seus papéis, para que, dentro de uma sociedade funcional, mais Marias possam existir. Eles acreditam que o Estado é capaz de imprimir dinheiro e distribuir riqueza, mas não entendem que a única “máquina” capaz de fazer dinheiro de verdade são as Marias por aí.
Empresária e Associada do IEE
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