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Opinião

- Publicada em 18 de Junho de 2020 às 03:00

Onerar o indivíduo é a saída?

Uma das últimas notícias que recebemos da prefeitura foi sobre a criação de um pedágio urbano no Centro de Porto Alegre com o intuito de gerar receitas para o transporte público. Tal proposta nos lembra a sugestão do pedágio para ingresso na cidade de Porto Alegre de motoristas de fora, já refutada alguns meses atrás. Além do intuito de subsidiar o transporte público, a medida é vista com bons olhos por muitos especialistas devido aos carros gerarem congestionamentos e má qualidade do ar, por exemplo.
Uma das últimas notícias que recebemos da prefeitura foi sobre a criação de um pedágio urbano no Centro de Porto Alegre com o intuito de gerar receitas para o transporte público. Tal proposta nos lembra a sugestão do pedágio para ingresso na cidade de Porto Alegre de motoristas de fora, já refutada alguns meses atrás. Além do intuito de subsidiar o transporte público, a medida é vista com bons olhos por muitos especialistas devido aos carros gerarem congestionamentos e má qualidade do ar, por exemplo.
Com isso, vamos aos fatos: a Carris, por exemplo, é deficitária nos últimos cinco anos, conforme resultados publicados em seu site (anos 2013-2018; 2019 não disponível). Ao decidir impor novas taxas, iremos onerar, ainda mais, os cidadãos que circulam nesta parte da cidade. Partindo do princípio de que apenas táxis, ônibus e lotações não serão taxados, quem depende dos demais meios de transporte para o Centro da cidade estará pagando a conta por uma ineficiência que não lhe cabe.
Quanto à qualidade do ar e congestionamentos, pontos defendidos por alguns, será que os carros existentes irão simplesmente sumir? Ou irão percorrer o resto da cidade, com exceção de um bairro? O motivo real, conforme explicitado pelo prefeito, não é combater a poluição do ar ou os congestionamentos, mas sim sanar o déficit do transporte público.
Segundo Ludwig Von Mises, "na economia de mercado não há outro meio de adquirir e preservar a riqueza, a não ser fornecendo às massas o que elas querem, da maneira melhor e mais barata possível". Com isso, fica claro que devemos procurar alternativas para combater o mal pela raiz de nosso transporte público e, não simplesmente taxar indivíduos para viabilizar a ineficiência de uma empresa ou sistema. Além disso, a probabilidade de termos uma evasão de comerciantes é muito grande nesse bairro, visto que terão um grande aumento em seus custos devido à nova tarifa, assim como menor fluxo de pessoas/clientes no comércio local, diminuindo a atratividade do Centro histórico.
Em um primeiro momento, a medida pode parecer positiva; no entanto, suas reais consequências tendem a ser devastadoras para a economia do Centro. Fazer a comparação com cidades europeias, como Londres, é comparar duas coisas distintas sem critérios iguais. A taxação de indivíduos é tapar o sol com a peneira para "solucionar" o problema de uma gestão pífia do transporte público.
Engenheiro e associado do IEE
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