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Opinião

- Publicada em 06 de Maio de 2020 às 19:21

Uma quarentena de violência contra as mulheres

Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, estamos aprendendo a conviver com o isolamento social. A medida restritiva conseguiu segurar o avanço descontrolado da Covid-19, evitando um colapso no sistema de saúde, porém, escancarou que a violência contra as mulheres continua presente em nossa sociedade.
Desde que o coronavírus chegou ao Brasil, estamos aprendendo a conviver com o isolamento social. A medida restritiva conseguiu segurar o avanço descontrolado da Covid-19, evitando um colapso no sistema de saúde, porém, escancarou que a violência contra as mulheres continua presente em nossa sociedade.
Além de estarem preocupadas com a rápida disseminação do vírus, que até o momento já contaminou milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, muitas mulheres ainda precisam lidar com o medo de sofrer violência física e sexual dentro de suas casas.
Em pleno século 21, elas não estão seguras nas ruas e, tampouco, nos lares. No Rio Grande do sul, a constatação fica ainda mais evidente se considerarmos que em 2019, das 91 mulheres assassinadas por questões de gênero, 65 foram mortas na casa delas ou dos autores do crime.
Atentos ao problema, Judiciário, Defensoria e ONGs reforçaram os canais de atendimento para situações de urgência por e-mail e telefone.
Infelizmente, a violência doméstica também segue crescendo em outros estados brasileiros. Em São Paulo, por exemplo, os pedidos de socorro emitidos das residências das vítimas tiveram um salto de 19,8% durante a quarentena. No Rio de Janeiro, foi registrado pelo plantão judiciário um aumento de 50% nos casos de abusos durante o período de confinamento.
Com os decretos dos governadores que restringem o funcionamento dos estabelecimentos comerciais sem prazo para terminar, inúmeras mulheres devem ser atingidas pelo desemprego gerado pela crise econômica, o que afetará sua independência financeira. Sem renda, sair de uma situação de abuso se torna ainda mais difícil.
Outra preocupação das autoridades é o fato de que o distanciamento social imposto como recomendações sanitárias pode ser usado como argumento dos agressores para afastar ainda mais as vítimas do convívio familiar que, de certa forma, as protege.
Somente com uma rede de enfrentamento entre instituições governamentais e não-governamentais e a comunidade, essas mulheres estarão protegidas e amparadas.
O desenvolvimento de políticas públicas efetivas para o combate ao feminicídio, a responsabilização dos agressores, a assistência qualificada às mulheres em situação de vulnerabilidade e as denúncias, além de salvar vidas, podem contribuir para que a pandemia de violência de gênero tenha fim.
Jornalista
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