Retomada do País passa pela confiança

Um dos fatores decisivos para a retomada da economia, quando vencermos a crise do coronavírus e a vida retomar um patamar mínimo de normalidade no Brasil, ainda que com novos padrões, será a cofiança do consumidor e dos empresários.

Confiança em uma reação da economia e de que as coisas irão, de fato, melhorar gradativamente. Para isso, além de superarmos a pandemia, será importante, uma vez mais, ter estabilidade política. Esse parece ser o desafio do País nos últimos anos.

Por tudo isso, é negativo que se mantenha, ao longo de semanas, o antagonismo entre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e o presidente da República, Jair Bolsonaro, ainda que o depoimento do ex-ministro à Polícia Federal tenha pouco, ou quase nada, acrescentado ao que se sabia.

O depoimento do ex-ministro acabou sendo divulgado. Como dito, de importante nada acrescentou ao que já era público e notório desde a entrevista do demissionário juiz da Lava Jato em Curitiba. Considerado então um herói por milhões de brasileiros, acabou guindado a ministro da Justiça e da Segurança Pública.

O que se tem lido, ouvido e visto na mídia nos últimos dias é uma situação constrangedora para os seus atores, Bolsonaro e Moro. Um desgaste para ambos, com péssimas repercussões perante a opinião pública nacional e internacional.

O atual conflitante ambiente político e judicial no País ficou propício para a veiculação de notícias falsas pró e contra os contendores, que se manifestam por meio das redes sociais, mesmo que milhões nelas não acreditem.

Nomeações na Polícia Federal são o fulcro da questão. Para quem pensa que visam esfriar investigações sobre os filhos do presidente, é um prato cheio. Mas, como bradou o presidente, ninguém da sua família está sendo investigado pela Polícia Federal.

Em meio a tudo isso, o coronavírus, quando muitas cidades se preparam para diminuir o isolamento social, continua matando pessoas Brasil afora.

Aguarda-se, então, que um sopro de equilíbrio institucional de ambos os contendores baixe a discussão e que deixem o assunto - como está - para decisão superior do Supremo Tribunal Federal (STF).

Hoje, as energias têm que ser direcionadas ao combate do vírus. Preservar vidas e buscar o bem-estar de todos. Paralelamente, reativar a economia, com responsabilidade e precaução. Devemos concentrar todas as forças nesse sentido.