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Opinião

- Publicada em 30 de Abril de 2020 às 03:00

Guarda-chuva na tempestade

O debate dentro do governo em torno das saídas para combater os nefastos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia pôs em dúvida o compromisso do País com o essencial reequilíbrio das contas públicas. Em meio à urgência de socorrer os mais fragilizados, a hipótese de abandono do princípio da estabilidade fiscal trouxe consigo o risco de decisões serem tomadas pelo desespero e de produzirem estragos ainda maiores no futuro.
O debate dentro do governo em torno das saídas para combater os nefastos efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia pôs em dúvida o compromisso do País com o essencial reequilíbrio das contas públicas. Em meio à urgência de socorrer os mais fragilizados, a hipótese de abandono do princípio da estabilidade fiscal trouxe consigo o risco de decisões serem tomadas pelo desespero e de produzirem estragos ainda maiores no futuro.
É verdade que a sobreposição das crises sanitária, econômica e até política gerou pressão inédita sobre os governos municipais, estaduais e federal, para que respondam às graves e crescentes dificuldades com velocidade e intensidade exigidas pelo momento. Mas também é verdade que o Brasil coleciona episódios nos quais o seu povo sofreu muito por décadas com a recessão e a inflação geradas pela gastança do dinheiro dos impostos.
A chegada da Covid-19 ao País já implicou em gastos adicionais para a União de ao menos
R$ 600 bilhões. Se formos levar em conta todas as demandas apresentadas, mesmo as que tenham motivos aparentemente justos, seus valores chegariam facilmente à casa do trilhão. Está claro que, sem destino certo e sem limite para montantes e duração, o desembolso estatal passaria a alimentar a próxima e mais duradoura crise da economia. É inaceitável.
Não há dúvidas de que o tempo requer sacrifícios excepcionais do setor público para atravessarmos a tempestade perfeita. Ocorre, contudo, que não podemos investir o que temos em guarda-chuvas sem pensar na casa, o único lugar capaz de nos abrigar de todas tormentas. Compensar perdas de renda e estimular a produção são medidas óbvias, que não justificam, contudo, brechas para a corrupção e para o endividamento insustentável.
Não por acaso, tão logo o presidente Jair Bolsonaro negou rumores da saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, os mercados cambial e de capitais reagiram de forma positiva e vigorosa. Os investidores têm a nítida noção de que a saída do chamado Posto Ipiranga sinalizaria novo rumo na política econômica, contra fundamentos da estabilidade. É ajudando quem precisa com responsabilidade que reencontraremos a prosperidade nos dias de sol.
Após vencermos essa primeira onda da guerra contra o maldito vírus, que trata da prioridade absoluta de salvar vidas, teremos, logo depois, outra mais avassaladora e delongada, a da recessão. Precisamos estar preparados.
Senador (Podemos)
 
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