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Opinião

- Publicada em 28 de Abril de 2020 às 18:52

Todos pela internet

Ivonei Lopes
Cerca de 600 mil pequenas companhias fecharam as portas em razão dos efeitos econômicos do novo coronavírus, segundo o Sebrae. Dentre os segmentos empresariais, um dos que mais tem sentido tais impactos é o de provedores de Internet.
Cerca de 600 mil pequenas companhias fecharam as portas em razão dos efeitos econômicos do novo coronavírus, segundo o Sebrae. Dentre os segmentos empresariais, um dos que mais tem sentido tais impactos é o de provedores de Internet.
Mas, por que este setor merece atenção? Porque a Internet é o que tem mantido juntas pessoas que estão fisicamente separadas. É o que tem permitido a união de famílias, amigos, e, principalmente, mantido ativos negócios variados, já que o home office não existe sem conexão web.
Nas últimas semanas, contabilizamos índices de inadimplência na casa dos 20%. E, com o momento delicado que estamos vivendo, isso tende a aumentar. Este patamar requer amparo às empresas, pois a alta inadimplência pode prejudicar a atuação do provedor, reduzindo sua capacidade de entrega ao cliente final. E, neste caso, não somente a empresa é prejudicada, mas também o consumidor.
Trata-se de um desafio, que precisa de todas as partes integradas para ser vencido: provedor, governo e consumidor, todos cumprindo seu papel para que o ganho seja geral.
Neste quadro, surge a questão da essencialidade: o governo federal classificou a Internet como serviço essencial, assim como água e luz. Por conta disso, há conversações sobre a obrigação de as empresas fornecerem serviços mesmo em face à inadimplência.
Assim, o provedor seria obrigado a prestar serviço mesmo sem receber. E, ao passo que isto pode até ser possível em se tratando de água e energia elétrica, áreas atendidas ou por companhias públicas, ou por grandes empresas que atuam sob concessão governamental, no campo de Internet isso não ocorre. Neste nicho, são pequenos empresários lutando para sobreviver em um mercado desafiador, sem subsídios do governo, sem benefícios.
É preciso mostrar a realidade para que a sociedade entenda que o provedor precisa receber por seus serviços para se manter operante. Que simplesmente decretar que trabalhe sem receber, sem oferecer a ele um subsídio, uma saída pleiteada pelas esferas governamentais, é deixá-lo sem condições de trabalho, o que pode resultar em desemprego - para se ter uma ideia, só Rio Grande do Sul e Santa Catarina concentram cerca de 500 mil empregos neste setor.
O provedor não quer parar de fornecer Internet, nem que a população, cuja renda foi prejudicada pela pandemia, fique sem o serviço. Quer, sim, apoio para que se alcance um ganha-ganha para empresas, consumidores e governos.
Presidente da InternetSul/Associação dos Provedores de Internet do Sul
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