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Opinião

- Publicada em 28 de Abril de 2020 às 18:45

Preservar nossa humanidade

O debate político outrora civilizado e travado em torno de ideias e projetos foi substituído, lamentavelmente, por uma violência verborrágica nunca antes percebida no campo do confronto e da disputa pelo poder político.
O debate político outrora civilizado e travado em torno de ideias e projetos foi substituído, lamentavelmente, por uma violência verborrágica nunca antes percebida no campo do confronto e da disputa pelo poder político.
Adotou-se a retórica simplista e desprovida de conteúdo combinada com as “fake News” com o escopo de desqualificar diretamente o oponente do momento e, por via obliqua, a linha de pensamento adotado pelo “outro”. Todavia, a meu juízo, isto em nada contribui para o crescimento e evolução do País enquanto civilização e a nós mesmos enquanto indivíduos.
Devemos todos nós cidadãos termos posições e convicções políticas sejam elas de quais matizes forem. Cabe a ressalva, entretanto, de que não se deva adotar narrativas que apregoem políticas segregadoras, racistas ou ofensivas a este ou aquele grupo político. Ou, ainda, que ataquem as cláusulas pétreas contidas na Constituição Federal.
Façamos como na Grécia Antiga, berço da democracia, debatamos os temas inerentes à sociedade, mas com respeito e com conteúdo extinguindo-se a narrativa rasteira, ofensiva e falaciosa que permeiam alguns discursos. Voltemos, pois, ao bom debate preservando a humanidade que ainda resta em nós.
As redes sociais, ao mesmo tempo que deram voz a uma multidão de anônimos, emprestaram uma falsa ideia de que inexiste responsabilidade ou comprometimento com aquilo que nelas veiculamos. Talvez por esse falseamento da realidade é que se deu azo à verborragia inescrupulosa e sem comprometimento com a verdade. Mas, mais que isso, emprestou uma vã filosofia de que se possa agredir o “outro” pelo simples fato de pensar diferente.
Creio que passamos da conta! É hora de reaprendermos o discurso da mais tenra formação: educação e respeito. Este para com os outros e suas ideias e suas convicções; aquela para com o próximo, para com o cidadão que diverge da nossa linha de pensamento.
Yuval Noah Harari, em sua indispensável obra - Uma breve história da humanidade – alude que “somos mais poderosos do que nunca, mas temos pouca ideia do que fazer com todo esse poder”. Quem sabe começarmos por sermos mais educados, tolerantes e respeitosos?
Advogado, Santa Cruz do Sul/RS
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