Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 13 de Abril de 2020 às 03:00

Leituras sobre o tamanho da crise no RS

A avaliação de quaisquer cenários econômicos e as sugestões de políticas públicas por parte de analistas e pesquisadores sempre dependeram da existência de dados. No entanto, a disponibilidade de bases de consulta representa um gargalo histórico para o Brasil, que se acentua para recortes geográficos menores. Felizmente, a Receita Estadual do Rio Grande do Sul liberou para acesso público a emissão de Notas Fiscais Eletrônicas (NFes).
A avaliação de quaisquer cenários econômicos e as sugestões de políticas públicas por parte de analistas e pesquisadores sempre dependeram da existência de dados. No entanto, a disponibilidade de bases de consulta representa um gargalo histórico para o Brasil, que se acentua para recortes geográficos menores. Felizmente, a Receita Estadual do Rio Grande do Sul liberou para acesso público a emissão de Notas Fiscais Eletrônicas (NFes).
O monitoramento dessa variável ajuda a dimensionar o impacto da atual crise no Rio Grande do Sul, dada sua relação direta com o nível de atividade. Ou seja, recuos na quantidade de NFes costumam estar associados à diminuição na renda e no emprego.
As últimas informações, referentes ao mês de março dão uma ideia sobre o impacto das medidas de restrição ao fluxo de pessoas, visando a contenção do alastramento e da letalidade do novo coronavírus (Covid-19). Desde a instituição formal das quarentenas e das recomendações das autoridades de saúde competentes, o total de Notas Fiscais Eletrônicas vem caindo. Entre a semana do dia 24 a 30 de março, no comparativo com o período de 10 a 16, por exemplo, a queda acumulada no volume de NFes e nos valores totalizou -54,7% e -54,2%, respectivamente.
Além disso, apenas entre os dias 17 e 30, as perdas somaram R$ 1,667 bilhão frente aos 15 dias imediatamente anteriores. Trata-se de 0,35% do PIB gaúcho do ano passado, segundo o Departamento de Economia e Estatística (DEE).
Já no comparativo com março de 2019, mediante ajustes no calendário, verificou-se que, entre os dias 5 a 18 de março de 2020, tanto o volume de NFes ( 14,0%) quanto os valores ( 16,6%) subiram, lembrando que a base de comparação é mais baixa do que a habitual, por conta do Carnaval de 2019. Por sua vez, nos 14 dias subsequentes, quando os decretos de muitos prefeitos e do governador determinaram o fechamento de escolas, universidades, creches e estabelecimentos comerciais não essenciais, as variações foram de -28,2% e -21,4%, respectivamente.
Em suma, as primeiras evidências disponíveis sinalizam para as enormes dificuldades vivenciadas pelos negócios formais no Estado. Esses efeitos negativos se somam, ainda, à forte estiagem da safra de grãos 2019/2020, principalmente nas culturas de soja e de milho, que, até então, respondiam por 70% da produção total.
Economista-chefe da CDL Porto Alegre
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO