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Opinião

- Publicada em 07 de Abril de 2020 às 03:00

Hora de ousar: que tal um pouco de parcimônia?

Os efeitos do coronavírus estão aí para quem quiser ver. Do lado humano, perda de vidas, quarentenas forçadas e isolamentos voluntários. Do lado econômico, desabastecimento de cadeias de suprimentos, corrida a mercados e farmácias, e a liquidação de ativos financeiros que acelerou o fim do ciclo econômico global.
Os efeitos do coronavírus estão aí para quem quiser ver. Do lado humano, perda de vidas, quarentenas forçadas e isolamentos voluntários. Do lado econômico, desabastecimento de cadeias de suprimentos, corrida a mercados e farmácias, e a liquidação de ativos financeiros que acelerou o fim do ciclo econômico global.
Ainda não sabemos se teremos mais ou menos sucesso - e a qual custo. Mas, tomadas as medidas, devemos começar a pensar em como nos recuperarmos quando a tempestade passar. Cadeias de suprimento globais não são reabastecidas em horas. Empresas sem receita vão demorar a colocar as contas em dia. E as famílias com poucas reservas precisarão recomeçar a vida. Expectativas mais positivas para o futuro exigem medidas hoje mesmo.
Há ações que devemos evitar: políticas fiscais e monetárias não funcionarão agora. Despejem-se os recursos que se quiserem, reduzam-se juros o quanto for: a atividade pouco reagirá. Ela parou porque as pessoas não podem circular e prestar serviços, e porque há muita incerteza para o futuro - e não pela falta de recursos ou crédito. O máximo impacto que tais políticas trarão será um conforto entorpecido a alguns governantes e opositores, inebriados em autoelogios.
Devemos também mitigar o uso político da tragédia por nossos mandatários: repudiar exageros exibicionistas, que chorem e percam o controle em cadeia nacional ou que ignorem recomendações preventivas.
O que tem muito efeito e valor para levar alento e esperança é acelerar a agenda de reformas que a sociedade deseja. Em uma economia cambaleante pela falta de confiança, uma reforma tributária sinaliza alívio duradouro. A reforma administrativa reforçaria a firmeza no caminho de redução do paquidérmico Estado brasileiro. Reformular o modelo educacional abriria novos caminhos. E eliminar burocracias e privilégios daria agilidade e oportunidade para quem busca emprego e novos empreendimentos.
Talvez tenhamos errado a dose no combate ao coronavírus. Talvez não. O tempo, senhor da razão, dirá. O certo é que, em nosso desespero, aprofundamos um fim de ciclo econômico global, que já seria desafiante para um Brasil recém-saído da recessão. E o desespero é péssimo conselheiro nas horas de crise. As microrreformas são o melhor caminho para a recuperação. Sem alarde ou destempero gerarão produtividade e prosperidade. Silenciosas, mas que deixam legados para a História.
Economista e associado do IEE
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