Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Opinião

- Publicada em 06 de Abril de 2020 às 16:35

A guerra da Espanha contra o coronavírus

A Espanha é hoje um dos países mais afetados mundialmente pelo coronavírus. Essa pandemia, que se espalha por todos os continentes, afeta seriamente a terra de Cervantes e Picasso. Fico emocionado ao receber centenas de demonstrações de afeto de nossos irmãos brasileiros. Talvez porque, a partir de Anchieta, nossa história está ligada, pelos 15 milhões de brasileiros com ascendência espanhola ou pela intensa presença de nossas empresas no Brasil. Tantos sinais de encorajamento e proximidade confirmam o que eu sempre pensei: que somos amigos, parceiros e aliados. Irmãos. Como sabem os que moram lá ou vêm nos visitar, a Espanha é uma sociedade aberta, calorosa e generosa. Talvez isso tenha nos tornado mais vulneráveis diante desse choque excepcional que afeta a todos nós. É um momento de ação e responsabilidade. Como diz a ministra espanhola de Exteriores, é uma resposta "não baseada em pânico ou emoções, mas na Ciência". Devido ao nosso caráter e modelo de sociedade, as medidas foram adotadas de forma gradual e proporcional. Com a maior intensidade de nossa história recente, recursos adicionais estão sendo injetados no sistema de saúde pública, um dos melhores do mundo e agora sob intensa pressão.
A Espanha é hoje um dos países mais afetados mundialmente pelo coronavírus. Essa pandemia, que se espalha por todos os continentes, afeta seriamente a terra de Cervantes e Picasso. Fico emocionado ao receber centenas de demonstrações de afeto de nossos irmãos brasileiros. Talvez porque, a partir de Anchieta, nossa história está ligada, pelos 15 milhões de brasileiros com ascendência espanhola ou pela intensa presença de nossas empresas no Brasil. Tantos sinais de encorajamento e proximidade confirmam o que eu sempre pensei: que somos amigos, parceiros e aliados. Irmãos. Como sabem os que moram lá ou vêm nos visitar, a Espanha é uma sociedade aberta, calorosa e generosa. Talvez isso tenha nos tornado mais vulneráveis diante desse choque excepcional que afeta a todos nós. É um momento de ação e responsabilidade. Como diz a ministra espanhola de Exteriores, é uma resposta "não baseada em pânico ou emoções, mas na Ciência". Devido ao nosso caráter e modelo de sociedade, as medidas foram adotadas de forma gradual e proporcional. Com a maior intensidade de nossa história recente, recursos adicionais estão sendo injetados no sistema de saúde pública, um dos melhores do mundo e agora sob intensa pressão.
Para reduzir o contágio e a hospitalização, hospitais de campo foram instalados, grandes quantidades de equipamentos foram adquiridos e mais profissionais de saúde foram contratados. Os controles sobre asilos foram reforçados, aquelas pessoas a quem devemos tanto, que se tornaram as principais vítimas dessa tragédia. Para evitar que a crise econômica seja ainda maior e que os mais vulneráveis sofram mais, foram tomadas decisões econômicas de longo alcance: uma grande injeção de liquidez às famílias, aos trabalhadores por conta própria e às empresas, de cerca de cem bilhões de reais, créditos por valor de 200 milhões de euros; adiamento do pagamento de impostos e reembolso de empréstimos; isenção de contribuições previdenciárias, moratória em empréstimos hipotecários e garantia de fornecimento de água, gás e eletricidade aos grupos mais vulneráveis; reforço dos subsídios de desemprego e impossibilidade de demissão por coronavírus.
Mais importante ainda é o papel da sociedade: do extraordinário esforço dos médicos, trabalhadores sanitários e de todos os profissionais de saúde, das Forças Armadas e de segurança, às empresas doadoras, que asseguram a logística e alimentos às nossas crianças que sofrem o confinamento, e àqueles que silenciosamente enterram nossos mortos.
A solidariedade é a maior força de um país acolhedor e resiliente: de uma Espanha que, como o Brasil, não tem tido uma história fácil, mas que encontra no esforço, na unidade e na esperança a chave contra a dor e o desamparo. Cada país deve adotar as medidas que julgar mais adequadas, de acordo com a sua situação social e econômica. Mas é essencial, ao mesmo tempo, desacelerar a curva de transmissão, recuperar os doentes e proteger os mais vulneráveis. A saída desta crise sistêmica e o futuro passam pela cooperação: entre indivíduos, famílias, gerações e entre países, vizinhos e blocos regionais. O mundo que surgir após o coronavírus dependerá da nossa capacidade de cooperar, pesquisar juntos e compartilhar os resultados; de nos colocar no lugar do outro que, até então, já terá sofrido muito. Entre os serviços essenciais da crise estão os meios de comunicação. É por isso que fornecemos as informações com toda a transparência: sobre os mortos, causas de morte, infecções e os curados. Porque devemos essa verdade aos nossos cidadãos. Devo agradecer à mídia brasileira por sua cobertura humana, profissional e respeitosa da crise na Espanha.
Por seu carinho e proximidade, também sou grato a políticos e empresários, ao mundo da cultura e do esporte, e aos cidadãos. Obrigado, Brasil.
Embaixador da Espanha no Brasil
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO