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Opinião

- Publicada em 23 de Março de 2020 às 18:40

Empreendedorismo feminino e desigualdade no mercado

Fernanda Mendes Ribeiro
Fernanda Mendes Ribeiro
As reflexões e os debates sobre igualdade de gênero e a participação das mulheres no mercado de trabalho seguem no pós Dia internacional da Mulher. Apesar de todas as conquistas das últimas décadas, as mulheres ainda têm poucas oportunidades, salários inferiores e enfrentam dificuldades para empreender. Nós temos menos acesso a crédito, por exemplo, e pagamos juros maiores. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em média, as mulheres empresárias pagam juros de 34,6%, e tem menor taxa de inadimplência, enquanto os homens tomam empréstimos a juros médios de 31,1%.
Apesar de o Brasil ser considerado uma nação empreendedora, as mulheres empreendem em segmentos específicos e voltados ao público feminino, com menor valor agregado: beleza, alimentação ou vestuário. Nas áreas de engenharia, ciência, tecnologia e inovação a participação de mulheres ainda é muito abaixo do desejado. O contexto histórico e a discriminação de gênero dão as explicações: falta autoestima, incentivo da família e, principalmente, políticas públicas que gerem mais oportunidades.
Nós, mulheres, ainda praticamos um empreendedorismo de subsistência. Entre as empreendedoras, 45% são chefe de família, ou seja, o sustento familiar vem dos negócios. Mas a maioria não se vê como empreendedora, não tem perspectiva de futuro para seus empreendimentos, encaram sua atividade como uma forma de pagar suas contas a curto prazo. 
Desenvolver essas empresas é também uma oportunidade de negócio para agentes financeiros e para o próprio poder público, que perde arrecadação enquanto não estabelece políticas públicas adequadas. 
Os principais desafios estão na busca por investimento, na gestão financeira, na constituição de redes sólidas e no fortalecimento da identidade empreendedora da mulher.
Logo, fica evidente que nós precisamos de um ambiente mais inclusivo e isso só será possível com mais mulheres ocupando espaços de decisão.
Advogada e executiva do Essência Feminina
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