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Opinião

- Publicada em 02 de Março de 2020 às 17:20

Cuidados com a linguagem

É incrível o que está ocorrendo entre nós com a palavra “fascista” na linguagem corrente do debate político. Quem observar o uso que dela vem se fazendo ficará espantado com a imprecisão e a falta absoluta de critério no seu emprego. Mas é preciso distinguir entre uso ingênuo e hábil. Aquele de que precisamos nos acautelar é o que surge artificialmente, mercê das sugestões deste ou daquele interessado que nas reuniões ou debates vai insinuando calúnias e inventando fatos que não existem.
É incrível o que está ocorrendo entre nós com a palavra “fascista” na linguagem corrente do debate político. Quem observar o uso que dela vem se fazendo ficará espantado com a imprecisão e a falta absoluta de critério no seu emprego. Mas é preciso distinguir entre uso ingênuo e hábil. Aquele de que precisamos nos acautelar é o que surge artificialmente, mercê das sugestões deste ou daquele interessado que nas reuniões ou debates vai insinuando calúnias e inventando fatos que não existem.
É verdade que as palavras caem em desuso ou assumem novos significados. A linguagem, como todo organismo vivo, passa por constante transformação. Todavia, a linguagem, que a princípio é um meio de expressão, também pode ser usada como instrumento de engano. Quando isto acontece temos a linguagem estereotipada ou jargão da propaganda política. Em especial as mudanças que ocorrem atualmente, como no exemplo citado, vêm de uma aplicação falseada e contorcida por um excessivo desejo de poder. E é interessante constatar que as críticas à escola tradicional, principalmente a de “impor sua norma linguística”, contribuíram para o uso incorreto e desleixado do idioma, o que facilitou a manipulação ideológica que assistimos. Palavras isoladas do contexto e acompanhadas por declarações desconexas são comuns no discurso atual.
Depois de tanto ouvir o termo “fascista” empregado num contexto que lhe é alheio, a palavra perde o seu referente e as pessoas inadvertidamente aceitam a interpretação errada, sem possibilidades de resistência. O objetivo é montar uma “caricatura” do adversário para melhor atacá-lo. Diz Sócrates que “falar de maneira inapropriada é um mal que se faz à alma”. Precisamos ter cautela, pois quando contorcionismos lexicais e outros slogans se impõem significa que a democracia está em risco. A forma de governo, por si mesma, não garante a democracia. Temos uma tarefa urgente e difícil na nossa frente: passar da democracia de nome para a democracia de fato. Somente a democracia pode vencer os totalitarismos.
Professor
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