Startups e o plástico como matéria-prima

O impacto da ação humana no planeta é cada vez mais perceptível, tornando urgente a implementação de medidas para o equilíbrio do uso de recursos naturais, geração de resíduos e desaceleração das mudanças climáticas. Neste cenário, é fundamental que toda a sociedade se engaje em novos hábitos e processos na busca de um modelo mais sustentável de vida.

O plástico tem papel crucial na entrega de um futuro mais sustentável. Leveza, baixo custo e durabilidade o colocam em posição de destaque na redução de emissões de gases de efeito estufa e uso mais eficiente de recursos naturais. Também assegura a produtividade agrícola, a segurança alimentar e a higiene hospitalar. Contudo, a gestão adequada de resíduos ainda é um desafio.

O estudo "Perfil da Indústria Brasileira de Transformados", da Associação Brasileira da Indústria do Plástico, mostra que, em 2017, o Brasil consumiu 6,5 milhões de toneladas do material, sendo 33% plásticos de vida curta (de até um ano). A Fundação Instituto de Administração (FIA) indica que, neste período, o índice de reciclagem de embalagens foi de 26%.

Com inovação, startups de todo Brasil desenvolvem soluções que revelam o potencial de negócio da economia circular. A Eco Panplas, por exemplo, tem uma tecnologia que descontamina embalagens plásticas de óleo lubrificante. Não utiliza água e recupera todo o óleo residual, sem a geração de efluentes.

O Instituto Muda já organizou a coleta seletiva em mais de 150 condomínios residenciais de São Paulo, conscientizando aproximadamente 120 mil pessoas.

Tais iniciativas demonstram como inovação e novos modelos de negócios podem contribuir para um futuro mais sustentável. A aproximação de grandes companhias pode alavancar o impacto positivo destas soluções.

O Braskem Labs, programa de fomento ao empreendedorismo inovador e sustentável, já acelerou 54 empresas que buscam soluções inovadoras por meio da química e do plástico. Destas, 26% possuíam ações que consideram a economia circular.