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Opinião

- Publicada em 23 de Janeiro de 2020 às 03:00

O futuro da advocacia

O Brasil conta com mais de 1 milhão de advogados inscritos nos quadros da OAB. Os números são impressionantes e aumentam a cada ano, por conta do grande número de cursos de Direito existentes no País. O Exame da Ordem ainda se apresenta como uma espécie de "filtro" adequado para o ingresso profissional, diante do grande número de bacharéis formados a cada semestre.
O Brasil conta com mais de 1 milhão de advogados inscritos nos quadros da OAB. Os números são impressionantes e aumentam a cada ano, por conta do grande número de cursos de Direito existentes no País. O Exame da Ordem ainda se apresenta como uma espécie de "filtro" adequado para o ingresso profissional, diante do grande número de bacharéis formados a cada semestre.
Então, após cinco anos de curso e a devida aprovação no Exame, o profissional está apto a atuar e se depara com uma realidade que muito possivelmente não lhe fora apresentada nos bancos universitários: a da Inteligência Artificial.
Antes relegada a outras áreas, de aplicação que soava distante no mundo jurídico, não o é mais. Se a existência de robôs humanoides aptos a executar tarefas físicas é distante, programas de computador que possam complementar ou mesmo substituir atividades intelectuais são uma realidade.
O advogado, no entanto, não pode ver, nessa dificuldade, uma barreira, mas sim uma ferramenta para seu crescimento e incremento profissional. Os tribunais passaram a adotar algoritmos para auxílio na separação temática de processos, a exemplo do Supremo Tribunal Federal com o Victor. Assim como no Judiciário não parece haver espaço, até o momento e pelos anos que virão, para que os juízes sejam substituídos por esses programas, o mesmo deve ser visto na perspectiva da advocacia.
Isso significa que a atuação do advogado sofrerá alterações, a depender da área, bastante profundas, especialmente naquelas que envolvam litigância de massa ou algum tipo de trabalho repetitivo, como revisão de contratos de locação, por exemplo. Esse tipo de tarefa é estatisticamente melhor desempenhada por esses "robôs", a um custo geral mais baixo (na perspectiva do próprio escritório, o que pode resultar em um preço menor para o cliente, considerando que esses programas também requerem alto investimento financeiro).
Nisso tudo, percebe-se que o futuro da advocacia é tecnológico e altamente competitivo. É indispensável a atualização do profissional para manuseio dessas novas ferramentas, a fim de que possa interagir com a nova realidade dos tribunais e as exigências dos clientes. Nada disso é pior ou mais difícil do que os desafios enfrentados no passado analógico recente: é apenas diferente e requer esforço.
Advogado e professor universitário
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