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Opinião

- Publicada em 14 de Janeiro de 2020 às 03:00

A tragédia das lições nunca são aprendidas

Entre 2003 e 2006, o Rio Grande do Sul sofreu anos de estiagem medonha, que causaram prejuízos de toda ordem pelo Estado. Perderam-se lavouras de todos os tamanhos, inclusive as pequenas plantações de subsistência. Nas grandes, só se salvou quem tinha irrigação por pivô ou de outras tecnologias, custo que, evidentemente, um pequeno agricultor não podia e ainda não pode suportar. Mas, com a falta de chuva, os mananciais e as barragens se esgotaram lenta e inexoravelmente.
Entre 2003 e 2006, o Rio Grande do Sul sofreu anos de estiagem medonha, que causaram prejuízos de toda ordem pelo Estado. Perderam-se lavouras de todos os tamanhos, inclusive as pequenas plantações de subsistência. Nas grandes, só se salvou quem tinha irrigação por pivô ou de outras tecnologias, custo que, evidentemente, um pequeno agricultor não podia e ainda não pode suportar. Mas, com a falta de chuva, os mananciais e as barragens se esgotaram lenta e inexoravelmente.
Na época, dizia-se que, de cada cinco safras, três sofriam algum tipo de prejuízo. Ou seja, apenas em dois anos a safra colhida era "cheia", no jargão do campo. Os órgãos de fomento, como a Emater e a Embrapa, insistiam que o homem do campo precisaria se prevenir das secas armazenando água em cisternas e pequenos açudes, nem que usassem lonas plásticas.
Houve toda sorte de sugestões de especialistas no sentido de criar uma cultura de prevenção do bem mais precioso do planeta Terra, que incluíam o homem urbano, orientado a reutilizar a água servida. Mais: o meio rural passou a economizar a água e a cuidar melhor das barragens e dos mananciais. Nas cidades, prédios novos começaram a usar essa útil tecnologia e, aqui e acolá, as casas também. Assim como a crise energética dos anos 1990, quando a população passou a monitorar e diminuir o consumo de energia elétrica, começando pelo simples e singelo apagar de luzes em ambientes ou dependências que não precisavam de luzes acesas. Foi uma das mais bem-sucedidas campanhas feitas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. Mostrou que, quando devidamente tocado pelo bem-estar comum, o povo "pega junto".
Passaram-se os anos, as mudanças climáticas afetaram todo o mundo, nem sempre negativamente. Regiões que sofriam seca quase que marcadas anualmente no calendário, como a Fronteira-Oeste, passaram a ter um regime pluviométrico mais estável. Nas cidades - e isto é algo que horroriza países mais avançados -, continuamos a utilizar água tratada a um custo enorme para... dar descarga no vaso sanitário.
O jornalista Ivan Lessa, já falecido, costumava dizer que, "de 15 em 15 anos, o Brasil esquece os últimos 15 anos". Hoje, podemos reduzir esses 15 anos para cinco e olhe lá. Pelo andar da irresponsabilidade coletiva gerada pelo mundo tecnológico, esse patamar será reduzido em um curto espaço de tempo, então chegaremos a um ano e meses. Em algumas coisas, já esquecemos tudo em 24 horas. Essa é a grande tragédia brasileira. Marchamos para o desastre. Nesse estágio, culpamos o eterno bode expiatório à mão: o governo, culpado de tudo, até de causar unha encravada.
A culpa é sempre dos outros. 
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